“Sem dúvida é um avanço e uma prova inequívoca daquilo que as imunizações são capazes de fazer. Erradicamos a varíola, a poliomielite, a rubéola, o sarampo e caminhamos para o controle de várias outras doenças”, diz o médico Renato Kfouri, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).
Ele observa, porém, que não se pode baixar a guarda. “O risco de reintrodução existe sempre, por isso é importante que, mesmo com doenças controladas, manter a cobertura vacinal.”
Segundo o Ministério da Saúde, a expectativa é que o Brasil receba o certificado de eliminação do sarampo pela OMS até o fim de 2016.
Sobre a doença
O sarampo é uma doença viral que afeta sobretudo crianças. Transmitida por fluidos nasais e orais, o sarampo se espalha facilmente pelo ar, por gotículas expelidas em tosses e espirros. A doença manifesta-se cerca de dez dias após a contaminação, e causa febre, coriza, olhos avermelhados e manchas brancas dentro da boca. Pintas vermelhas aparecem alguns dias depois na pele, iniciando na face e no pescoço, espalhando-se para o corpo.
Não há tratamento específico para o sarampo, e a maior parte dos pacientes se recupera em até três semanas. Em em crianças desnutridas e pessoas com imunidade deficiente, a doença pode matar ou causar pneumonia, encefalite, cegueira e morte.
Sarampo no mundo
Em 2015, a OMS anunciou que a cobertura mundial de vacinação de crianças contra sarampo avançou nos últimos 15 anos, mas está aquém da meta de chegar aos 90% de cobertura. Entre as áreas onde a cobertura de vacinação é mais deficiente estão a África subsaariana, o Sudeste asiático e Ásia Central, segundo dados de abril a setembro.
Recentemente, ao divulgar recomendações para viajantes que pretendem vir ao Brasil para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, a Opas/OMS lembrou da importância de os turistas e atletas se vacinarem contra sarampo e rubéola pelo menos duas semanas antes de viajar para não trazer esses vírus de volta ao Brasil.
G1