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APÓS FRACASSO DE GOLPE

Caça aos golpistas: civis fazem justiça com as próprias mãos na Turquia

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publicado em 16/07/2016 às 15h30

A tentativa de golpe de Estado pela qual a Turquia passou durante a madrugada deste sábado (16) trouxe consequências violentas para a ala do Exército turco que se colocou à frente da ação.

Após terem fechado pontes e fronteiras e decretado toque de recolher, os militares dispuseram tanques de guerra em frente ao Parlamento turco, e dispararam por diversas vezes.

Em apelo à salvação da democracia, o presidente turco Recep Tayyip Erdogan pediu que civis fossem às ruas se manifestar contra a situação. Mais de 200 pessoas foram mortas durante os confrontos que duraram toda a madrugada, até que Erdogan conseguiu recuperar o controle do país na manhã deste sábado.

Seria o fim? Na verdade, parece ser apenas o começo. A retomada do poder pelo presidente foi aclamada por milhares de civis, que não hesitaram em sair às ruas para celebrar a vitória da democraria. A questão é que a celebração não foi das mais pacíficas: começou um caça aos golpistas vindo de todos os lados — e executado não apenas por Erdogan, que prendeu quase 3 mil militares e afastou mais de 2 mil juízes suspeitos de estarem envolvidos com o clérigo muçulmano baseado nos Estados Unidos Fethullah Gulen, a quem ele responsabiliza pela tentativa de golpe.

Os civis também entraram no jogo de punição: espancaram alguns dos militares envolvidos na ação da noite de sexta-feira (15), enquanto buscam pelos outros envolvidos. O presidente turco enviou uma mensagem de texto aos celulares de toda a população pedindo que lutassem a favor da democracia, e que fossem às ruas.

Desistência 

Quando o governo começou aos poucos a retomar o controle da situação, muitos militares abandonaram seus tanques e começaram a se render. Vídeos em que eles aparecem sendo levados pela polícia mostram que a iniciativa havia sido dos mesmos. Segundo o governo turco, entre os presos estão aqueles que tinham formado “a espinha dorsal” da rebelião. Outros oito militares desembarcaram hoje de um helicóptero na Grécia e pediram asilo ao país.

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— Eles vão pagar um preço alto por isso. Essa revolta é uma dádiva de Deus para nós, porque isso vai ser uma razão para purificar o nosso Exército — afirmou o presidente.

Golpe de Estado

Em comunicado divulgado por uma emissora de TV estatal — invadida pelos militares —, membros do Exército afirmaram terem tomado o poder no fim da noite de sexta-feira. Disseram, ainda, que pretendiam criar uma nova Constituição o mais rápido possível e trazer de volta a laicidade do Estado para a Turquia. Os militares também decretaram lei marcial — que impede o direito de ir e vir e de liberdade de expressão de um cidadão — e desativaram o acesso às redes sociais.

A violência começou quando os civis não respeitaram a ordem de permanecer em casa, e começaram a sair pelas ruas protestando contra o ato e a favor da democracia.

A situação na Turquia está controlada e, agora, Erdogan e seus apoiadores buscam as reminiscências da tentativa de golpe: querem encontrar todos os envolvidos para “limpar o Exército”.

R7

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