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Golpista usa aplicativo de paquera para atacar e roubar jovens gays

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publicado em 02/07/2016 às 13h32

Após conhecer um rapaz em um aplicativo de relacionamento e marcar um encontro, Bruno*, 26 anos, foi vítima de roubo dentro de seu apartamento, que divide com outros amigos no centro de São Paulo. Na última quarta-feira (29), o jovem foi ameaçado com uma arma e xingado pelo criminoso de “lixo” e “nojento”. O golpista — que usou foto e nome falso durante as conversas por celular — levou quatro computadores, um tablet, uma caixa de som, smartphones e roupas. As vítimas avaliam que o prejuízo chegou a R$ 22 mil.

Segundo Bruno, os dois começaram a conversar no aplicativo e depois trocaram telefones e marcaram o encontro. De acordo com um dos amigos que mora com Bruno, que não quis se identificar, o golpista se identificou como Caio, disse ser tímido e fez a vítima garantir que os dois estariam sozinhos no dia do encontro.

— [Ele] insistiu para que o encontro fosse em casa, e fez meu amigo garantir que ele estaria sozinho. Enquanto esperava o “Caio”, uma outra amiga, que também mora com a gente, chegou mais cedo do trabalho.

Quando chegou, Caio foi autorizado e subir mas ficou desconfortável ao ver que Bruno não estava sozinho, mas agiu naturalmente, segundo o amigo da vítima.

— Foi quando pediu para que meu amigo o levasse para o quarto e anunciou que ele não era o “babaca” que ele pensava, tirando uma arma da calça e apontando para o meu amigo. Nisso pediu para chamar nossa amiga e trancou os dois no quarto. Revirou a casa toda.

Ainda de acordo com o amigo de Bruno, o suspeito agredia verbalmente a vítima o tempo todo.

— Em todo instante que ele estava no apartamento ele xingava o Bruno de lixo, nojento e outras expressões de baixo calão. Ao mesmo tempo, ele dizia para a nossa amiga que o problema não era com ela. Ele pediu para eles pegarem tudo que tinha na casa de valor, exceto as coisas dela. Fez o Bruno colocar tudo dentro de uma mala e, nesse instante, engatilhou a arma dizendo que se ele demorasse mais um pouco, o mataria.

O caso foi divulgado no Facebook e uma outra vítima do mesmo golpista entrou em contato com os jovens e relatou que já havia identificado o nome real do ladrão e localizou outras pessoas que também foram roubadas por ele da mesma forma. Carlos*, 28 anos, foi vítima em janeiro deste ano.

Segundo o jovem, ele conheceu o golpista — que se apresentou como Marcelo — em uma sala de bate papo na internet. Após algumas trocas de mensagens, os dois marcaram um encontro na casa de Carlos, na zona leste de São Paulo.

— Eu liberei que ele entrasse no prédio e chegando no apartamento ele me cumprimentou e disse que precisava usar o banheiro e logo saiu com arma em punho e dizendo que eu havia perdido, que era pra ficar calado que ele só queria levar as coisas de valor. Me fez pegar uma mochila e colocar notebook, IPhone, carregadores, perfumes, óculos, bonés.

De acordo com a vítima, ele foi agressivo o tempo todo. Após o roubo, o golpista cortou o cabo do interfone e deixou Carlos preso dentro de casa. O prejuízo foi de cerca de R$ 8.000.

— Depois disso fiz o BO e senti um descaso da polícia. Por conta própria eu fui atrás, joguei número no Google e fui descobrindo tudo dele.

Bruno e os amigos fizeram um boletim de ocorrência do caso no 4º Distrito Policial e entregaram para a polícia a foto do que seria o perfil real do golpista no Facebook, assim como o número de celular dele e as demais informações levantadas por Carlos. O delegado informou que “era difícil de reconhecer o criminoso por fotos e que o Facebook não passa informações dos usuários”, mas, após pedido das vítimas, informou que poderia tentar informações com a operadora do celular do golpista.

R7

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