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BAIXAS TEMPERATURAS

Prefeitura vai instalar tendas para moradores de rua no Centro de SP

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publicado em 16/06/2016 às 19h22

A Prefeitura de São Paulo passará a utilizar tendas para acolher os moradores em situação de rua no Centro da cidade. A medida, anunciada nesta quinta-feira (16) pelo prefeito Fernando Haddad (PT), faz parte da Operação Baixas Temperaturas e visa ampliar o atendimento durante o período crítico de frio.

Segundo o secretário municipal da Saúde, Alexandre Padilha, as tendas terão capacidade para receber mil pessoas e permitirão a presença de animais. “É uma tentativa de fazer um espaço mais aberto, que as pessoas se sintam mais à vontade para vir”, completou Luciana Temer, secretária de Assistência Social.

A princípio, serão quatro tendas com capacidade para 250 ocupantes cada. As instalações serão realizadas na região da Sé, do Anhangabaú, da Mooca e do Glicério, e devem estar disponíveis antes do fim da semana que vem. Segundo a Prefeitura, elas terão equipes de saúde e controle de zoonoses e serão utilizadas até o fim do inverno.

Luciana acrescentou que as tendas não estão sendo montadas por falta de vaga. De acordo com ela, a iniciativa quer permitir mais liberdade para os moradores e também a presença de animais domésticos, como cães e gatos.

O prefeito Fernando Haddad negou que a medida tenha sido tomada tardiamente. “Não é tardio porque esta previsto uma nova frente fria”, afirmou. Nesta semana, a capital registrou temperaturas em torno de 0ºC e ao menos cinco moradores de rua foram achadas mortas.

“É evidente que as temperaturas agravam a situação, mas em todos os casos havia enfermidade prévia ao óbito, e um deles foi um homicídio”, disse o prefeito com base em dados do Instituto Médico-Legal (IML).

O anúncio da instalação das tendas aconteceu dois dias depois de o próprio prefeito negar que a medida seria utilizada. “Oferecer o transporte acho mais adequado que qualquer outro mecanismo”, disse ele, na terça (14), durante evento na Zona Leste da cidade.

Atuação da GCM

Haddad também falou mais uma vez sobre os supostos excessos cometidos pela Guarda Civil Metropolitana (GCM), que, de acordo com relatos dos moradores de rua, confisca cobertores, colchões e papelões utilizados por eles para enfrentar as baixas temperaturas.

“Até o presente momento, e com bastante grau de confiança, não há absolutamente nenhum vínculo entre a ação da Guarda Civil Metropolitana e os óbitos”, afirmou. Ele ainda ressaltou que os moradores de rua mortos “não tiveram nenhum contato” com a GCM. “As acusações que se fizeram à atuação da guarda no que diz respeito aos óbitos ocorridos não são corretas.”

O prefeito também lembrou que a GCM é responsável por mediar as ações de zeladoria da cidade. Haddad anunciou que irá publicar um decreto até sábado (18) com protocolos das ações deste serviço. Segundo ele, o decreto foi pactuado com o comitê da população de rua. “É uma peça importante para o controle social”, analisou.

De acordo com Felipe de Paula, secretário municipal de Direitos Humanos, a política para a população de rua é intersecretarial, e a competência da zeladoria é das subprefeituras.

Segundo ele, as ações da GCM devem ser feitas sempre de dia e “tudo que é portátil, documentação, não deve ser levado de forma nenhuma”, disse, citando como exemplos colchões e remédios. “Essa é a diretriz que vem sendo seguida. Mas pode estar sendo em 98% dos casos”, completou.

Desde o início da gestão Haddad, 36 profissionais da GCM foram demitidos. Nenhum dos casos teve relação com a população de rua.

G1

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