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Janot pediu prisões

Governo teme atraso de votações caso peemedebistas sejam presos

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publicado em 07/06/2016 às 15h28

A ordem do presidente interino, Michel Temer, é evitar comentários oficiais sobre os pedidos de prisão da Procuradoria-Geral da República contra líderes do PMDB, mas reservadamente o governo teme que eles possam prejudicar votações de interesse do governo no Congresso caso sejam aceitos pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

Um auxiliar lembrou que o governo tem pressa em votar medidas importantes para a economia, e as prisões poderiam atrasar este processo.

Além disto, assessores de Temer avaliam que, pelas gravações divulgadas até agora envolvendo o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o senador Romero Jucá (PMDB-RR) e o ex-presidente José Sarney (PMDB-AP) não haveria motivo para decretar a prisão dos três líderes peemedebistas. Segundo eles, os diálogos gravados pelo ex-presidente da Transpetro Sergio Machado não representariam uma “tentativa de obstrução da Justiça”.

A Procuradoria-Geral da República pediu ao STF (Supremo Tribunal Federal)a prisão de Calheiros e Sarney por suposta tentativa de interferir na Operação Lava Jato. Também foi pedida a prisão de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) por avaliar que a determinação de suspendê-lo do mandato e da Presidência da Câmara não surtiram efeito –ele continuaria tentando atrapalhar as investigações da operação.

A expectativa dentro do governo é que os pedidos sejam rejeitados pelo plenário do STF, mas a orientação é não fazer avaliações públicas para evitar qualquer interpretação de que o Palácio do Planalto estaria querendo interferir nos trabalhos do procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

É a primeira vez que a PGR pede a prisão de um presidente do Congresso e de um ex-presidente da República.

Nesta linha, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, afirmou nesta terça-feira (7) que apenas Janot pode responder sobre os pedidos que fez ao STF para prender quatro dos principais caciques do PMDB.

TEORI

O caso será analisado pelo ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Supremo. No caso de Renan, Sarney e Jucá, a base para os pedidos de prisão tem relação com as gravações feitas pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado envolvendo os peemedebistas.

As conversas sugerem uma trama para atrapalhar as investigações do esquema de corrupção da Petrobras.

Em relação a Sarney, o pedido é de prisão domiciliar, com o uso de tornozeleira eletrônica, em razão de sua idade -86 anos.

Janot também pediu ao STF o afastamento de Renan da Presidência do Senado.

Folha de São Paulo

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