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Conselho de ética

Eduardo Cunha diz que não manobra e nega ter contas no exterior

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publicado em 19/05/2016 às 11h32
atualizado em 19/05/2016 às 08h36
Eduardo Cunha

O presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), voltou a afirmar nesta quinta-feira (19) que não tem contas no exterior e que não manobra para que seu processo no Conselho de Ética se alongue por mais tempo.

Cunha foi à reunião do Conselho de Ética para fazer sua defesa. Ele enfrenta processo por quebra de decoro parlamentar, acusado de ter mentido à CPI da Petrobras ao dizer que não tem contas no exterior. Se for condenado no Conselho, pode ter o mandato cassado.

“Eu não detenho conta na minha titularidade e não detenho patrimônio que não estivesse sob minha titularidade”, disse em sua fala inicial diante do Conselho de Ética.

Cunha declarou que tem um “trust”, que é um tipo de contrato no qual o dono do recurso transfere para um terceiro a administração dos valores.

“Não escondi de ninguém a existência do trust […] Considerar isso como uma conta bancária como qualquer conta bancária […] é uma comparação absurda que não tem a comprovação de que aconteceu desta maneira.”

Sobre a acusação de opositores, de que lançaria manobras para que o processo demorasse, Cunha disse: “Não tenho nenhum interesse na prorrogação desse processo. Tenho interesse que ele ande com a celeridade e justiça”, disse.

É a primeira vez que Eduardo Cunha retorna à Câmara desde que foi afastado do mandato de deputado, e consequentemente da Presidência da Casa, pelo STF (Supremo Tribunal Federal) no início de maio.

Afastamento do relator

Cunha também pediu a impugnação do relator do Conselho, Marcos Rogério (DEM-RO). Segundo o presidente afastado da Câmara, ele não poderia ser relator do processo por ser filiado ao DEM, partido que faz parte do mesmo bloco parlamentar do PMDB, sigla de Cunha.

Cunha citou que esse é o mesmo motivo que gerou o afastamento do relator anterior, Fausto Pinato (PP-SP), em dezembro. Na época, a medida gerou o adiamento da análise do processo. Opositores do pemedebista afirmaram que o ato foi uma manobra de seus aliados.

“Vossa senhoria” ou “vossa excelência”?

Na sessão, Cunha recebeu o tratamento de “vossa senhoria”, e não de “vossa excelência”. De acordo com o presidente do conselho, deputado José Carlos Araújo (PR-BA), ao ser afastado, Cunha perde todas as prerrogativas de deputado. “O direito de ser chamado de vossa excelência é uma delas”, disse.

Cunha usa o broche que identifica deputados e, na placa que o identifica na mesa, também recebe o tratamento. Abaixo de seu nome também consta sua situação no conselho, de “representado”.

Cunha mantém salário integral e residência

Mesmo afastado, Cunha mantém o direito ao salário integral de R$ 33,7 mil, a permanecer na residência oficial da Câmara, uma mansão no Lago Sul de Brasília, além de R$ 92 mil mensais para pagamento de salário de assessores, plano de saúde, segurança pessoal, carro privativo e aeronave da FAB para deslocamentos aéreos.

Cunha perdeu apenas o direito R$ 32,5 mil, valor usado para reembolso de gastos parlamentares, como aluguel de escritório e alimentação.

A manutenção dos direitos foi determinada em ato da Mesa da Câmara na semana passada.

UOL

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