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Prisões temporárias de detidos na 27ª fase da Lava Jato vencem nesta terça

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publicado em 05/04/2016 às 09h15
Ronan Maria Pinto (de blazer) e Silvio Pereira (camiseta branca) foram presos durante a 27ª fase da Operação Lava Jato (PR) (Foto: Rodrigo Felix Leal/Futura Press/Estadão Conteúdo)

Vence nesta terça-feira (4) as prisões temporárias do dono do jornal “Diário do Grande ABC” Ronan Maria Pinto e ex-secretário geral do PT. Os dois são alvos da 27ª fase da Operação Lava Jato e estão detidos desde o dia 1º de abril na carceragem da Polícia Federal (PF) em Curitiba.

As investigações apontam que Ronan recebeu parte de um empréstimo fraudulento feito por José Carlos Bumlai em 2012. Também há indícios de que o dono do jornal tentou obter dinheiro para não publicar reportagens que pudessem ligar o PT, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os ex-ministros Gilberto Carvalho e José Dirceu à morte do ex-prefeito de Santo André Celso Daniel, que ocorreu em 2002. A suposta chantagem teria acontecido ainda nos primeiros anos de mandato de Lula na Presidência.

Já Silvio Pereira, conhecido como Silvinho, é investigado por supostamente ter participado das negociações. Ele também é suspeito de receber cerca de R$ 1,6 milhão da OAS e da UTC, empreiteiras investigadas na Lava Jato.

Com o fim o prazo da prisão temporária, a PF ou o Ministério Público Federal (MPF) poderão solicitar a prorrogação para mais cinco dias ou a conversão para prisão preventiva, que é quando não há prazo para o investigado deixar a carceragem. Caso as autoridades não se manifestem, os presos serão soltos. A decisão cabe ao juiz Sérgio Moro, responsável pelos processos da Lava Jato na primeira instância.

O foco da atual fase, batizada de Carbono 14, é o empréstimo de R$ 12 milhões obtido por Bumlai para pagar dívidas do PT. Desse valor, R$ 6 milhões foram para Ronan Maria Pinto, segundo a polícia. A polícia ainda está investigando o motivo do pagamento.

A operação foi chamada de Carbono 14 porque remete a episódios antigos e não esclarecidos. Bumlai foi preso em novembro de 2015, mas teve concedido o direito à prisão domiciliar, após os médicos detectarem um câncer na bexiga.

As investigações indicam que o valor repassado para Ronan teria sido por meio da empresa Remar, com a qual ele mantinha negócios. Bumlai admitiu em depoimento que fez o empréstimo junto ao Banco Schain, para pagar dívidas de campanha do PT. A quantia nunca foi paga.

O Ministério Público Federal e a PF acreditam que o empréstimo foi concedido a Bumlai como uma espécie de compensação pelo contrato entre a estatal e o Grupo Schain.

Sobre os indícios de que Ronan tentou obter dinheiro para não publicar reportagens sobre a morte do ex-prefeito de Santo André Celso Daniel, a polícia diz que a suposta chantagem teria acontecido ainda nos primeiros anos de mandato de Lula na Presidência.

Durante o depoimento à PF, na segunda-feira (4), Ronan negou saber da origem dos R$ 6 milhões que obteve junto à Remar. Segundo o empresário, a quantia serviu para financiar a compra de uma nova frota para a empresa de transporte da qual também é proprietário. Ele disse que obteve apenas um empréstimo junto à Remar e que quitou a quantia.

A advogada dele, Luiza Oliver, disse que o cliente apresentou documentos para comprovar que fez o pagamento à Remar.

G1

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