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prejuízos a saúde

Samu recebe mais de 35 mil trotes em João Pessoa nos últimos meses

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publicado em 02/04/2016 às 10h00
atualizado em 02/04/2016 às 15h19

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu-192) da Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP) registrou, de janeiro até o dia 21 de março, 104.694 ligações através da Central de regulação do SAMU (192) Regional de João Pessoa. Destas, 35% correspondem a trotes e 10% são referente a ocorrências verdadeiras, o que corresponde a uma média de 1.293 ocorrências por dia em toda a macrorregião.

Os demais 55% são assim classificados: equipe em ocorrência (11,4%), ligações duplicadas (4,3%), ligações interrompidas (2,5%), orientações (1,5%), engano (1,5%) e não informados (33,8%). Das ocorrências clínicas, a neurológica atingiu maior registro com 1209 casos (11,6%). Já nas ocorrências de Trauma, os acidentes de trânsito lideram com 5.242 registros (17,7%).

O Samu atualmente regula ocorrências de 60 municípios paraibanos onde João Pessoa é responsável por cerca de 57% das ocorrências. Para atender à grande João Pessoa, composta por Cabedelo, Santa Rita, Bayeux e Conde, o serviço conta com 4 Unidades de Suporte Avançado (USA), que são destinadas a atendimentos com risco de morte iminente (ferimentos por arma de fogo, acidentes trânsito causados por maiores colisões e outros) e 7 unidades básicas destinadas apenas para a população da capital, para atendimentos de médio porte, ou seja, sem risco eminente de morte.

De acordo com a médica e coordenadora geral do Samu, Érika Rivenna Andrade, realizar trote é coisa muito séria e pode causar mortes. “Em casos de maior urgência, como um ataque cardíaco ou acidente de trânsito grave, segundos podem fazer toda a diferença para salvar a vida do paciente e, quando destinamos uma unidade para realizar um atendimento que é trote, estamos ocupando um serviço que pode deixar de estar atendendo outra pessoa em risco de morte.”, alerta.

A coordenadora do Samu ainda afirma que a maior parte dos trotes é realizada por crianças e adolescentes e para combater a prática pede a ajuda dos pais na conscientização dos filhos, “É muito importante que os pais ou responsáveis estejam atentos aos seus filhos. Conversar e conscientizá-los quanto ao perigo e seriedade da prática de trotes é essencial”, enfatiza.

Na maioria das vezes, o trote é reconhecido ainda no processo de atendimento por telefone, casos em que as ambulâncias não são liberadas pela Central de Regulação. Quando o usuário é convincente, o trote só é descoberto quando o veículo chega ao local indicado na ligação. Nesses casos, as ambulâncias acabam sendo ocupadas por cerca de 40 minutos, tempo em que poderiam estar atendendo solicitações reais.

Cadastro com número de trotes – Com o objetivo de identificar e se prevenir contra os trotes, o Samu elaborou um cadastro com os números que já foram identificados como realizadores de trotes. As ligações para o serviço são cadastradas e se a equipe, ao chegar ao local do atendimento solicitado, identificar tratar-se de um trote, o número registrado entra para essa lista.

Supervalorização de diagnóstico – Outra preocupação do Samu são as ocorrências de supervalorização do quadro clínico dos pacientes. Segundo, Érika Rivenna, muitas pessoas estão aumentando a gravidade das ocorrências para que sejam atendidas pelo Samu, já que o serviço só pode atender ocorrências de urgência e emergência com risco de morte.

24 horas – O Samu 192 é um serviço de saúde que trabalha 24 horas por dia, atendendo a população no socorro e encaminhamento às unidades hospitalares de João Pessoa. O serviço tem convênio com a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e participa do resgate da PRF, com um técnico em enfermagem. Esse profissional trabalha em parceria com um patrulheiro rodoviário.

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