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SOLUÇÃO POLÍTICA

ONU busca países de recepção para os refugiados sírios

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publicado em 30/03/2016 às 12h03
atualizado em 30/03/2016 às 09h04

A ONU pediu nesta quarta-feira (30) a solidariedade dos países desenvolvidos para que recebam meio milhão de de refugiados sírios nos próximos três anos, ao mesmo tempo em que as tropas do regime de Damasco intensificam a ofensiva contra os jihadistas.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, afirmou em Genebra que a crise dos refugiados sírios exige “um aumento exponencial da solidariedade mundial”.

“Estamos aqui para responder à maior crise de refugiados e deslocados de nosso tempo (…) Isto exige um aumento exponencial da solidariedade mundial”, declarou na abertura de uma conferência para buscar países de recepção.

O secretário-geral destacou que pelo menos 480.000 sírios, ou seja, 10% dos refugiados e deslocados que fugiram do conflito na Síria, precisam de um país de acolhida nos próximos três anos.

“Os vizinhos da Síria demonstraram uma hospitalidade excepcional”, disse. O Líbano, recordou, recebeu mais de um milhão de sírios, a Turquia mais de 2,7 milhões e a Jordânia mais de 600.000.

Mas de acordo com um relatório divulgado na terça-feira pela ONG britânica Oxfam, os países ricos receberam apenas 67.100 refugiados sírios, o que representa 1,39% do total.

“Quando se administra bem, a acolhida de refugiados é uma vantagem para todos”, disse Ban.

Os refugiados “aportam novos talentos e novas experiências a uma mão de obra que envelhece”, completou.

Ban recordou que a ONU busca uma solução política para o conflito que provocou mais de 270.000 mortes desde 2011.

“Mas à espera de que estas negociações apresentem frutos, o povo sírio e a região enfrentam uma situação desesperada. Todos os países podem fazer mais”, disse.

Fechar portas, elevar muros
O Alto Comissário da ONU para os Refugiados (Acnur), Filippo Grandi, afirmou que as condições de vida nos países vizinhos da Síria são “cada vez mais difíceis”. Ele disse que 90% dos refugiados sírios vivem abaixo do limite da pobreza e que pelo menos 10% são considerados “extremamente vulneráveis”.

“Não podemos responder a uma crise global de refugiados fechando as portas e elevando muros”, completou, em referência ao acordo entre União Europeia (UE) e Turquia sobre a devolução de migrantes que chegam à Grécia.

Grandi lamentou que mais de 50% dos 11 bilhões de dólares prometidos em fevereiro na conferência de doadores de Londres para a Síria e países vizinhos ainda não foram financiados.

No campo militar, as tropas de Damasco prosseguem com a ofensiva contra o grupo Estado Islâmico (EI) no centro da Síria após a reconquista da cidade de Palmira, abandonada por seus habitantes.

O exército tenta assegurar a retomada de Palmira e impedir que os jihadistas ataquem outra vez. A cidade, de 2.000 anos e que é parte do patrimônio mundial da humanidade, foi parcialmente destruída durante os 10 meses de ocupação do EI.

“A artilharia síria bombardeia intensamente as zonas de combate”, anunciou a ONG Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH). A aviação também ataca Sokhneh, ao leste de Palmira, local de refúgio dos jihadistas.

Caso o regime conquiste esta cidade, ficará muito perto da província petroleira de Deir Ezzor (leste), controlada em grande parte pelo EI.

O presidente Bashar al-Assad fez um apelo a Ban Ki-moon a todas las organizações da ONU para que ajudem o governo sírio a restaurar Palmira, “ícone da civilização”.

G1

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