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Ex-feminista que já mostrou os seios agora é religiosa e contra aborto

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publicado em 21/03/2016 às 08h57
Sara Winter com o filho Hector Valentim, de 6 meses, em São Carlos (Foto: Fabio Rodrigues/G1)

Desiludida com o feminismo, a ex-ativista Sara Winter tenta recomeçar a vida em São Carlos(SP), mas sem protestos de topless em público. Aos 23 anos, a ex-líder brasileira do grupo ucraniano Femen mudou de postura e de opinião: “O feminismo é o movimento mais intolerante que já conheci”, afirmou. Mãe de um menino de 6 meses, a ex-militante agora é contra o aborto, temente a Deus e acredita que pode lutar pelos direitos das mulheres de uma forma mais coerente e menos agressiva. Para isso, pretende ingressar na política.

Em entrevista ao G1, Sara contou como ser mãe contribuiu para a mudança de pensamento e sobre os arrependimentos durante os anos de militância, entre eles o fato de ter abortado pela primeira vez. “Dentro dos grupos feministas é muito fácil encontrar Cytotec. Se você contar que está grávida, que não tem marido, inventar qualquer história, muito rapidamente você consegue pílulas abortivas”, disse.

“Há pressão para o uso de drogas, para desconstruir a monogamia que, para o movimento, é instituição criada pelo patriarcado para fazer a mulher ser submissa. Você tem que ser a favor das drogas, de ideologias que levam as pessoas a se relacionarem com muitas outras pessoas ao mesmo tempo. Isso me chocou muito”, completou a ex-ativista. O G1 ouviu três grupos feministas que discordam dessas afirmações.

Questionada por que o movimento é tão sedutor, Sara afirmou que a propaganda é forte, mas que a ideologia assusta. “Eu achei que o movimento fosse algo muito bonito, mas vi coisas que não têm nada a ver com o que as pessoas esperam. As feministas não toleram mulheres que não sejam de esquerda. Eu defino o movimento como ódio, histeria, mentira e sedução”, disse a ex-ativista.

Fora do Femen
Sara passou a defender a maternidade, o amor familiar, o entendimento e respeito mútuo entre homem e mulher após romper com o Femen em 2013. Na ocasião, a organização ucraniana afirmou que a brasileira “não respeitava a ideologia” do grupo e também a acusou de mentir e fazer “coisas desonestas”, como não realizar uma ação para a qual recebeu dinheiro da Europa.

Alexandra Shevchenko, ativista e cofundadora do Femen, e Sara Winter (Foto: Femen.Org e Nahalia Duarte/G1)

Alexandra Shevchenko, cofundadora do Femen, e Sara Winter (Foto: Femen.Org e Nahalia Duarte/G1)

Sara negou a acusação e contou que a relação foi agravada pelo fato de as orientações vindas de Kiev não terem sido cumpridas, como a pichação do símbolo do Femen no Cristo Redentor. Para ela, o movimento internacional começou com boas intenções, mas hoje está completamente corrompido.

A desilusão com o movimento que defende a igualdade de gênero fez com que Sara publicasse em dezembro do ano passado um livro digital de 50 páginas intitulado “Vadia, Não! Sete Vezes que Fui Traída pelo Feminismo”. Segundo ela, a obra lhe rendeu milhares de mensagens de apoio e centenas de desafetos. A ex-militante disse que sofre perseguição na internet e que já foi hostilizada.

G1

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