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Polícia Federal ouve hoje marqueteiro do PT e sua mulher

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publicado em 10/03/2016 às 10h19
atualizado em 10/03/2016 às 07h21

O publicitário João Santana e a mulher dele Monica Moura devem ser ouvidos pela Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira (10), em Curitiba. O casal é alvo da 23ª fase da Operação Lava Jato e está detido desde o dia 23 de fevereiro. As investigações apontam que os dois receberam em conta secreta no exterior dinheiro da empreiteira Odebrecht e do engenheiro Zwi Skornicki. Santana e Monica estão presos preventivamente, sem prazo para sair.

Os interrogatórios estavam marcados para começar às 10h na Superintendência da PF, no bairro Santa Cândida. O publicitário baiano João Santana foi  marqueteiro das campanhas da presidente Dilma Rousseff e da campanha da reeleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2006.

Nesta quarta-feira (9), o juiz Sérgio Moro autorizou a prorrogação do inquérito que investiga o casal. O prazo original vencia na terça (8), mas o juiz concedeu mais 15 dias para que a PF conclua o relatório das apurações da 23ª fase e decida se irá indiciar, ou não, os investigados.

Segundo a PF,  é preciso mais tempo para concluir as investigações porque ainda falta ser feitas análises de material apreendido, além de ouvir novamente os investigados.

Zwi Skornicki, segundo as investigações, é um dos principais operadores do esquema de corrupção na Petrobras apurado pela Lava Jato. Representante no Brasil do estaleiro Keppel Fels, segundo o Ministério Público Federal (MPF), Zwi foi apontado por delatores do esquema como elo dos pagamentos de propina. O inquérito que o investiga também foi prorrogado. Zwi também cumpre prisão preventiva na carceragem em Curitiba.

Ao serem ouvidos pela primeira vez pelos investigadores, João Santana e Monica Moura disseram que os pagamentos feitos no exterior, para uma conta não declarada que o casal admitiu possuir (Shelbill), eram referentes apenas a campanhas feitas no exterior. Dentre esses pagamentos estavam US$ 4,5 milhões de Zwi Skornicki, apontado como operador de propina no esquema da Petrobras, e US$ 3 milhões de offshores ligadas à Odebrecht.

Além dos pagamentos no exterior, planilhas apreendidas pela PF com uma funcionária da Odebrecht apontam que a empreiteira pagou R$ 22,5 milhões a alguém com o codinome “Feira”, entre outubro de 2014 e maio de 2015 – quando a Operação Lava Jato já havia sido deflagrada e em período que coincidiu com as eleições presidenciais de 2014.

Para a PF, ficou evidente que “Feira” é um codinome usado para se referir ao casal, mais especificamente Monica Moura, que controlava as finanças das empresas.

G1

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