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PARA ESCAPAR DA LAVA JATO

Renan diz que Lula nega ter sido convidado por Dilma para ministério

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publicado em 09/03/2016 às 14h24
atualizado em 09/03/2016 às 11h37
Ex-presidente Lula (PT)

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou que, em café da manhã com senadores da base aliada nesta quarta-feira (9), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva negou que tenha sido convidado para comandar um ministério no governo da presidente Dilma Rousseff. O café da manhã ocorreu na residência oficial de Renan em Brasília.

Nos últimos dias, aliados de Lula e integrantes do primeiro escalão voltaram a defender que o ex-presidente assuma uma cadeira na Esplanada dos Ministérios para ganhar novamente o foro privilegiado, que faria com que as investigações sobre o suposto envolvimenbto dele na Lava Jato fossem transferidas de Curitiba para Brasília. O assunto chegou a ser discutido no jantar oferecido nesta terça (8) por Dilma a Lula no Palácio da Alvorada.

Segundo a colunista do G1 e da GloboNews Cristiana Lôbo, aliados de Lula relatam que ele ainda resiste à proposta de se tornar ministro, pois passaria a mensagem de que estaria tentando buscar prerrogativa de foro para escapar da jurisdição do juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da Lava Jato na primeira instância.

Ainda de acordo com Cristiana Lôbo, dentro do governo já se falou na possibilidade de Lula assumir o Ministério das Relações Exteriores, mas, agora, a alternativa seria a Secretaria de Governo. Neste cenário, o atual ministro Ricardo Berzoini passaria a exercer a função de secretário-executivo de Lula na pasta.

“O Lula fez questão de dizer que não teve convite [para Lula assumir algum ministério], que ele não cogita [ser ministro], que para ajudar o Brasil ele não precisa ter cargo de ministro, mas que ele quer ajudar, quer vir a Brasília, quer conversar com o Congresso. E eu achei muito bom”, contou Renan.

Mais cedo, ao deixar o café da manhã com Lula, o senador Hélio José (PMB-DF) relatou que senadores sugeriram ao ex-presidente que ele assumisse uma pasta na Esplanada dos Ministérios.

“Isso foi sugerido. O senador Requião (PMDB-PR) e outras senadoras também sugeriram essa possibilidade de Lula vir a ser ministro da ‘Economia’. Mas o ex-presidente não disse que aceitaria, ele está ouvindo, vai conversar com lideranças políticas, mas não falaram se a presidente Dilma chegou a oferecer um ministério a Lula”, contou Hélio José.

Também participaram do café da manhã, entre outros parlamentares, os senadores Eunício Oliveira (PMDB-CE), Paulo Rocha (PT-PA), Humberto Costa (PT-PE), Jorge Viana (PT-AC), José Pimentel (PT-CE), Gleisi Hoffmann (PT-PR), Lindbergh Farias (PT-RJ), Romero Jucá (PMDB-RR) e Roberto Requião (PMDB-PR).

Fogo na crise
Ao relatar a repórteres o que foi discutido no café da manhã com Lula, o presidente do Senado  também disse que Lula afirmou não ter a intenção de “botar fogo” na crise política.

“Lula falou da intenção de não colaborar para botar fogo no país. Ele diz que é de uma geração que conquistou a democracia, que este é o período mais longevo da democracia, e ele não quer colaborar com o acirramento da crise, ele é da paz e da conciliação”, observou Renan.

De acordo com o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), Lula reclamou aos parlamentares do PT e do PMDB que ele se considera vítima de “perseguição” na operação Lava Jato. Na semana passada, o ex-presidente foi o principal alvo da mais recente fase da operação que investiga o esquema de corrupção que atuava na Petrobras, sendo, inclusive, levado coercitivamente a depor na Polícia Federal.

“Ele [Lula] disse que é perseguição aquela condução coercitiva ilegal, aquilo foi uma prisão ilegal”, declarou Lindbergh ao deixar a casa de Renan ao final do café da manhã.

G1

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