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Médico que fez cirurgia em modelo morta será chamado para depor

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publicado em 13/01/2016 às 11h35

O cirurgião plástico Wagner de Moraes, que fez um procedimento estético na modelo Raquel Pontes dos Santos, de 28 anos, horas antes da morte da jovem, na segunda-feira, será chamado para depor na 79ª DP (Jurujuba), que está responsável pelas investigações. De acordo com o delegado-titular, Mario Lamblet, também serão ouvidas as duas enfermeiras da clínica de estética, os médicos que a atenderam no Hospital Icaraí – para onde foi transferida após complicações -, e o viúvo, Gilberto Azevedo, de 33 anos. O delegado informou ainda que vai verificar se existem outras denúncias e investigações referentes à clínica do cirurgião.

Raquel, que era finalista do concurso Musa do Brasil, morreu na noite de segunda-feira, após se submeter a um procedimento estético na clínica de Wagner, em Niterói, na Região Metropolitana do Rio. De acordo com o viúvo, ela começou a sentir falta de ar após a intervenção, quando estava de repouso numa sala da clínica. As enfermeiras teriam dito que os sintomas eram normais mas, ao ver o problema se agravar, o cirurgião orientou que a paciente fosse levada para o Hospital Icaraí.

O atestado de óbito de Raquel é assinado por Wagner de Moraes, e indica que a causa da morte é “desconhecida, devido ou como consequência de intoxicação exógena e aplicação imprópria de medicamentos de uso animal” – ela usava anabolizantes para animais nas pernas. Agora, a Polícia Civil quer entender por que a declaração, assinada pelo dono da clínica particular, tem o carimbo do Hospital municipal Carlos Tortelly.

Necrópsia inconclusiva

De acordo com o delegado, foi concluída a necrópsia no corpo da modelo, e os parentes são aguardados para a liberação do corpo. O resultado, no entanto, não esclarece as causas da morte. Por isso, o material genético da jovem foi colhido para que sejam realizados outros exames.

Raquel chegou a ser velada, durante a manhã e o início da tarde de terça-feira, no Cemitério Parque da Paz, em São Gonçalo, também na Região Metropolitana,onde seu sepultamento estava marcado para as 16h. O enterro foi interrompido por ordem da delegada Maria Carolina, sob a alegação de dúvida no atestado de óbito e laudo cadavérico. Até as 10h, o sepultamento ainda não havia sido remarcado.

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Entenda o caso

A moradora de Niterói, que era uma das finalistas do concurso Musa do Brasil, começou a sentir falta de ar após ser atendida na clínica estética do cirurgião Wagner Moraes, no bairro São Francisco, no fim da tarde de segunda-feira.

De acordo com o marido de Raquel, o empresário Gilberto Azevedo, de 33 anos, ela pagou R$ 6.500 para fazer preenchimentos no rosto e nas nádegas. Após o procedimento, por volta das 18h40m, ele foi à clínica buscar a mulher e ela começou a reclamar de falta de ar. Ela foi levada às pressas para o Hospital de Icaraí, onde foi submetida a massagem cardíaca e outros procedimentos de ressuscitação, mas não resistiu.

Em entrevista ao EXTRA, na terça-feira, o cirurgião Wagner Moraes descartou a possibilidade de a morte de Raquel ter relação com o procedimento estético realizado em sua clínica. O médico alega que fez uma intervenção simples, de preenchimento facial, que durou cerca de dois minutos. Wagner acrescentou que a modelo havia desenvolvido um enfisema pulmonar por fumar dois maços de cigarros por dia. Além disso, segundo o cirurgião, a paciente fazia uso diário de uma anabolizante de uso animal na coxa. O médico afirma ainda que, após perceber que os sintomas de falta de ar aumentaram, providenciou a transferência da paciente para o hospital.

O marido de Raquel nega que ela tenha recebido os primeiros socorros na clínica e contou que avalia se irá processar o estabelecimento.

G1

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