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Cunha não renuncia e diz que ação da PF é ‘revanchismo’

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publicado em 15/12/2015 às 16h06
Eduardo Cunha foi cassado pelo plenário da Câmara

Alvo de mandados de busca e apreensão da Operação Lava Jato, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), acusou o governo, na tarde desta terça-feira (15), de buscar “revanchismo” e tentar desviar a “atenção da mídia” do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Na visão do peemedebista, os investigadores do esquema de corrupção que atuava na Petrobras poupa políticos do PT e mira no PMDB.

Em entrevista coletiva concedida horas após a Polícia Federal (PF) apreender documentos e equipamentos em suas casas e escritórios, Cunha afirmou que não há a menor hipótese de renunicar à presidência da Câmara.

“O governo quer desviar a mídia do processo de impeachment e colocar em mim e no PMDB a concentração dos atos [investigados pela Operação Lava Jato]. […] Nada mais natural do que ele [governo] querer buscar revanchismo”, afirmou o deputado do PMDB.

Na manhã desta terça, a PF cumpriu mandados de busca e apreensão na residência oficial de Cunha em Brasília e na casa e no escritório dele no Rio de Janeiro. A ação foi batizada de Catilinárias – uma referência ao senador romano Catilinas, que tentou derrubar o governo.

Ao menos 12 policiais e três viaturas foram deslocados para a residencia oficial da presidência da Câmara, que fica na Península dos Ministros. Segundo a PF, a busca na casa do presidente da Câmara durou mais de cinco horas. Os agentes chegaram ao local por volta das 6h e foram recebidos pelo próprio deputado.

“Todo dia tem a roubalheira do PT sendo fotografada e, de repente, fazem uma operação do PMDB. Tem alguma coisa estranha no ar”, afirmou Cunha, que se disse “tranquilo” e “absolutamente inocente”.

Assim como nas outras ocasiões em que esteve no foco das investigações da Operação Lava Jato, o presidente da Câmara voltou a afirmar que não irá renunciar ao cargo.

Cunha centrou a entrevista coletiva em questionamentos sobre a legitimidade das ações da Procuradoria-Geral da República. O peemedebista voltou a argumentar que foi “escolhido para ser investigado” e acusou o PT de ser o autor de “assalto” à Petrobras.

Bumlai
Ele também lembrou que o pecuarista Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, confessou em depoimento dado à Polícia Federal, nesta segunda (14), que houve fraude na quitação de um empréstimo de R$ 12 milhões feito por ele no Banco Schahin e que esse dinheiro seria destinado a “caixa 2” do PT.

“A gente sabe que o PT é responsável por esse assalto que aconteceu no Brasil. Esse assalto na Petrobras. Hoje o dia é a notícia que o Bumlai entregou R$ 12 milhões do caixa dois para o PT e ficou pequeno no jornal. Todo dia tem denúncia do PT. Como o povo é inteligente e sabe que o dia de hoje é o dia do Conselho de Ética e a véspera da decisão sobre o impeachment, sabe que tem alguma coisa estranha no ar”, disse.

“Não me parece que ninguém do PT que tem o foro que eu tenho é sujeito a qualquer tipo de operação. Só são sujeitos de operação aqueles que não são do PT”, completou o presidente da Câmara.

Neste momento, os repórteres retrucaram dizendo que o líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral (PT-MS), foi preso em decorrência das investigações da Operação Lava Jato.

Cunha respondeu dizendo que o caso é “diferente”. “O Delcídio foi preso num flagrante, por crime de flagrante”, ressaltou o peemedebista.

Delcídio do Amaral foi preso em 25 de novembro acusado de tentar obstruir as investigações da Lava Jato. Uma conversa gravada pelo filho do ex-diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró revelou que, entre outras coisas, o petista havia sugerido alternativas de fuga para o ex-dirigente da estatal.

G1

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