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Benjamin lamenta violência contra mulher na Paraíba

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publicado em 11/11/2015 às 09h11
atualizado em 11/11/2015 às 06h12
Deputado federal Benjamin Maranhão

O deputado  Benjamin Maranhão (SD) lamentou, nesta terça-feira (10), durante pronunciamento na Câmara Federal, o crescimento de 260% de crimes contra as mulheres nos últimos 10 anos no Estado e cobrou ações efetivas e investimentos em Segurança Pública por parte do Governo Federal e da Paraíba.

“Hoje ocupo esta tribuna para tratar de um assunto que muito entristece a minha Paraíba. O governador do nosso Estado precisa tomar as providências em relação à segurança pública. Em contrapartida, precisamos de mais ações e investimentos do Governo Federal, pois temos uma presidente mulher e notamos um descaso em relação a essa área”, destacou o deputado.

Benjamin ainda citou alguns crimes ocorridos na Paraíba como o estupro coletivo em Queimadas, onde cinco mulheres foram estupradas e duas acabaram assassinadas, bem como a barbárie dos Bancários, onde duas mulheres foram sequestradas, espancadas, estupradas e uma acabou morta.

“Todos os dias, temos notícias de mulheres assassinadas, espancadas e estupradas na Paraíba. Fatos que eram exceção, agora são corriqueiros dentro do noticiário policial. O número de homicídios contra mulheres cresceu 260% em dez anos na Paraíba, segundo o estudo. Em 2003 tivemos o registro de 35 homicídios e em 2013 este número saltou para 126 assassinatos, lamentou Benjamin.

De acordo com o estudo do Mapa da Violência, os dados colocam a Paraíba no segundo lugar do ranking de crescimento de homicídios contra mulheres no Brasil durante esse período, ganhando apenas de Roraima, onde o número cresceu 500%. Outro dado preocupante apresentado é que João Pessoa é a terceira capital brasileira com maior taxa de homicídios de mulheres, com 10,5 para cada 100 mil habitantes.

“Apenas Vitória, no Espírito Santo, e Maceió, em Alagoas, tiveram resultados piores, com 11,8 e 10,7 respectivamente. Ao considerar as taxas dos municípios com mais de 100 mil habitantes, a Paraíba também tem destaque nos resultados, com a cidade do Conde, no litoral sul, ocupando a quarta posição, com 18,5 mortes por 100 mil habitantes, de acordo com o Mapa da Violência”, frisou o parlamentar, que ainda destacou que o mapa mostra que a taxa de homicídios contra mulheres no País aumentou 8,8% entre 2003 e 2013.

Dados nacionais – Mapa da Violência 2015 – O estudo ainda revela que 50,3% das mortes violentas de mulheres no Brasil são cometidas por familiares e 33,2% por parceiros ou ex-parceiros. Muitas mulheres que são mortas estiveram na delegacia registrando ocorrência contra companheiros e ex-companheiros. E o Estado não conseguiu assegurar essa proteção.

Lei Maria da Penha – Outros 31,2% acontecem em via pública, e 25,2%, em estabelecimento de saúde. “Os dados são alarmantes e precisamos de ações mais efetivas para barrar tanta violência. Reconhecemos que a Lei Maria da Penha foi um grande avanço, mas a falta de fiscalização, ações de proteção da mulher e até punição para os infratores vem a tornando não tão efetiva”, disse Benjamin.

Feminicídio – Outro grande avanço, segundo o deputado, foi a Lei do Feminicídio, que ainda precisa ser mais divulgada para que os agressores temam as consequências legais dos atos de violência praticados. “As leis são muito importantes, mas precisamos enfrentar uma questão cultural que é o machismo, pois ele ainda é responsável pela maioria dos assassinatos cometidos contra mulheres no país. Precisamos de ações efetivas e punições para todos aqueles que cometem violência contra as mulheres”, defendeu.

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