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Defesa do ex-ministro Antonio Palocci quer anular deleção de Youssef e Baiano

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publicado em 10/11/2015 às 11h05
atualizado em 10/11/2015 às 08h09

 O advogado do ex-ministro Antonio Palocci, José Roberto Batocchio, disse que vai ingressar na Justiça com um pedido de anulação dos acordos de delação premiada do doleiro Alberto Youssef e do lobista Fernando Soares, o Baiano. Segundo Batocchio, os delatores são “mentirosos” ao afirmar que ajudaram a providenciar uma doação ilegal de R$ 2 milhões para a campanha do PT de 2010, da qual Palocci foi um dos coordenadores.

Os acordos de delação preveem a anulação ou redução de benefícios do delator em caso de mentira. Youssef disse ter entregue R$ 2 milhões em notas de R$ 100 a um emissário do PT no Hotel Blue Tree, em São Paulo, a pedido do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa. Essa pessoa, suspeitam os investigadores, seria Charles Capella, assessor de Palocci na campanha.

No depoimento, Fernando Baiano disse ainda que o pecuarista José Carlos Bumlai intermediou o encontro entre Palocci e Paulo Roberto. O lobista já havia citado Bumlai em outro depoimento, no qual afirmou que pagou R$ 2 milhões a Bumlai e que o dinheiro teria como destinatária uma nora do ex-presidente Lula. Tanto Bumlai quanto o Instituto Lula negam qualquer tipo de pagamento.

Batocchio negou que seu cliente tenha se encontrado com o lobista e o ex-diretor juntos. Ele afirmou que Palocci só se encontrou com Paulo Roberto em agendas oficiais da Petrobras, quando era ministro da Fazenda.

O depoimento de Baiano foi anexado ao inquérito que investiga a participação do ex-ministro Palocci no esquema de corrupção da Petrobras.

Na acareação realizada na última quinta-feira na sede da PF em Curitiba, entre Fernando Baiano e Paulo Roberto Costa, permaneceram as divergências em relação a Palocci ter ou não pedido dinheiro para a campanha de Dilma Roussef. Baiano reafirmou ter ido a Brasília no segundo semestre de 2010, junto com Paulo Roberto Costa, onde participaram de encontro com Palocci para pedir apoio à permanência do então diretor de Abastecimento da Petrobras no cargo.

Segundo ele, ao fim do encontro, Palocci teria dito a Costa que era importante que buscasse recursos das empreiteiras para a campanha. Em relação ao primeiro depoimento, Baiano substituiu apenas o hotel onde dissera ter ficado hospedado.

Costa negou ter conversado sobre a permanência no cargo com Baiano e voltou a reafirmar que nunca esteve em reunião com Palocci em Brasília, muito menos que tivesse recebido do ex-ministro pedido de ajuda financeira à campanha. Manteve a versão de que foi o doleiro Alberto Youssef quem lhe pediu dinheiro da cota do PP, afirmando que a solicitação teria partido de Palocci.

VACCARI E VARGAS

Em outra parte da delação, Baiano contou que presenciou o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto comentando com o ex-deputado petista André Vargas que o ministro Edinho Silva e Charles Capella eram os responsáveis por toda a impressão do material de campanha de Dilma Rousseff. Segundo Baiano, os dois discutiam na cadeia uma reportagem que levantava suspeita de que a campanha do PT, desta vez em 2014, repassou mais de R$ 16 milhões a uma gráfica fantasma.

Baiano, Vaccari e Vargas dividiram a mesma cela no Complexo Médico Penal de Curitiba por quatro meses. A conversa teria ocorrido dentro da cela e o lobista diz ter perguntado a Vaccari se o “Charles” seria o assessor de Palocci. Vaccari teria então confirmado e dito que ele teria trabalhado com Edinho. Depois da indagação, a conversa teria sido interrompida.

Em março, o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), pediu à Procuradoria Geral da República (PGR) e à Procuradoria Geral Eleitoral que investigassem indícios de irregularidades nos gastos da campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff em 2014. As suspeitas recaíam sobre gastos com as empresas VTPB Serviços Gráficos e Mídia Exterior LTDA. A PGR arquivou o pedido.

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