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Quebra de contrato

Estudante processa Valesca por rejeitar fazer filme erótico

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publicado em 24/10/2015 às 10h17

Nas salas do 14º Juizado Especial Cível, em Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio de Janeiro, não se fala em outra coisa. Os servidores, estagiários e, até juízes, fazem anedotas, enquanto algumas funcionárias ruborizam ao ler os autos do processo por quebra de contrato de participação de Valesca Popozuda, 37 anos, no filme erótico ‘A Experiência Oral de Madame Bovary’.

De um lado da disputa judicial estão a funkeira e seu empresário, Leandro Gomes de Castro, mais conhecido no mundo artístico como Pardal. Do outro, o aluno da faculdade de Cinema da Universidade Federal Fluminense Hiran Matheus Silva de Araújo, 22 anos, que cobra da dupla indenização por danos materiais e morais no valor de R$ 31 mil.

No documento de mais de cem páginas, o jovem aspirante a cineasta acusa a cantora e seu agente de não cumprirem o contrato de permuta assinado em 13 de janeiro de 2013, no qual Valesca compromete-se a “prestar seus serviços como atriz” e Pardal a financiar 50% do custo do filme. Em troca, Hiran e sua equipe executariam gratuitamente um videoclipe para a cantora disponibilizar em seu canal no YouTube e em outros meios de divulgação.

Procurado pela reportagem, o empresário afirma desconhecer que ele ou Valesca estejam sendo processados. “Eu não tenho nada para esconder de ninguém, só que eu realmente não sei de ação nenhuma. Sobre a Valesca, se ela sabe eu tenho que ligar para ela (para confirmar)”. Questionado sobre a existência do contrato do filme, Pardal respondeu que só se pronunciaria após conversar com a sua advogada. Já a cantora não respondeu aos recados deixados em sua secretária eletrônica.
Na ação, o estudante alega que ele e seus parceiros também procuraram a cantora e seu empresário por meio de telefonemas, e-mail e mensagens de celular. Em conversas de WhatsApp as quais o UOL teve acesso com exclusividade, Mário Pragmácio, representante legal do universitário, tentou algumas vezes agendar reunião para resolver o impasse com o empresário de Valesca. Pardal até prometeu comparecer ao encontro. Porém, segundo o advogado, nunca chegaram a se reunir.

Segundo texto do processo, Myrella Marinho, então assessora de imprensa de Valesca, comunicou que a artista não desejava mais aparecer em cenas, digamos, demasiadamente ousadas previstas no roteiro. Para assessora, sequências como a que a funkeira teria que simular uma relação de sexo oral e interpretar um orgasmo não eram mais compatíveis “aos altos investimentos na carreira” da artista, que abandonara as letras vulgares para transitar em todas as classes sociais.

Descontentes com o roteiro do filme e sem mais depender do estudante para realizar seus videoclipes (Valesca garante ter gasto R$ 497 mil de seu próprio bolso para realizar “Beijinho No Ombro”), a cantora e o empresário condicionaram a participação nas reuniões e, consequentemente, no projeto à mudança radical do enredo do curta-metragem.

“Eu vou cumprir com a minha parte desde que o tema não seja esse, já conversamos quase 40 minutos no telefone sobre isso. Quando vocês tiverem outro tema, eu marco a data e assino um novo contrato, só depende aí do seu cliente”, afirmou Pardal em outro trecho da troca de mensagens com Pragmácio.

O empresário por fim cortou relações com os produtores do filme e não respondeu sequer à notificação extrajudicial enviada pelo representante legal de Hiran, dando indícios que o cumprimento do contrato não seria mais uma opção.

Na próxima quinta-feira (29), será realizada a primeira audiência de conciliação entre Valesca e Pardal com os produtores do filme.

Uol

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