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Jornalista desde 2007 pela UFPB. Filho de Marizópolis, Sertão da Paraíba. Colunista, apresentador de rádio e TV. Contato com a Coluna: [email protected]

João Azevedo dá o tom do PSB

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publicado em 07/08/2015 às 17h33

O recado foi dado. A fala do secretário João Azevedo, em plena solenidade de inauguração oficial do Centro de Convenções de João Pessoa, cumpriu o objetivo de mandar avisar que ele é, mais do que nunca, opção do jardim girassol para disputar a Prefeitura da Capital, quando 2016 descortinar na terra onde o sol nasce primeiro.

Essa é interpretação primeira e mais lógica do pronunciamento do super secretário, escolhido para falar como auxiliar do governo, mas sem proferir uma única palavra sequer sobre a obra e suas especificidades, como se espera de um “técnico”. João fez o papel de porta-voz do PSB e prestou contas do passado com os pés no “futuro”.

Apesar da nitidez do tom adotado pelo até então contido secretário, colegas seus de gestão estadual se dividiram. Um deles, ouvido pela Coluna, considera a impressão aqui apontada como exagerada: “Não acho que ele tenha feito com essa intenção, acho que foi um desabafo pela afronta de Cartaxo em querer fazer comparativos de obras”.

Outro, igualmente graduado da administração ricardista, pensa bem diferente e admite o que saltou aos olhos de quem ouviu atentamente cada sílaba do texto: “A fala de João Azevedo foi emblemática demais. O discurso remeteu definitivamente ao lançamento da pré-candidatura”.

Não bastasse a relação listada de obras protagonizadas pelo PSB em João Pessoa, cidade atualmente governada pelo ‘aliado’ Luciano Cartaxo e o PT, Azevedo abusou nas frases de efeito, com inconfundível toque subliminar de comparação e diferenciação, sacramentada na hábil expressão “somos aqueles”.

Quem tinha dúvidas, deixou de tê-las com a última e providencial sacada verbalizada, pausada e articuladamente, pelo secretário: “Esse passado recente se encontra com o futuro próximo”. Na noite da estreia da Pedra do Reino, uma pedrada com endereço certo e conhecido. Se para bom entendedor meia palavra basta, imagine um discurso inteiro de quatro minutos?

REAÇÕES
Aliados do prefeito Luciano Cartaxo assimilaram a mensagem. Ontem mesmo, parte se reuniu para saber o que fazer e como se comportar diante dos sinais emitidos.

PETARDO
Dizem ter sabido que o discurso escrito de Ricardo seria ainda mais contundente. A presença de Cartaxo teria levado Ricardo a recuar e improvisar, acreditam.

MUNIÇÃO
Cartaxistas preparam contraofensiva; já recorreram aos arquivos para saber qual grau de participação de João Azevedo na gestão do então prefeito Cícero Lucena (PSDB).

SOBREVIVENTE
Cartaxo acertou ao ir à inauguração do Teatro “Pedra do Reino”. Mostrou grandeza e, mesmo em ambiente hostil, foi bastante aplaudido ao ter sua presença mencionada.

CÁSSIO E O CENTRO DE CONVENÇÕES
Em contato com a Coluna, o senador Cássio Cunha Lima (PSDB) registrou: na sua gestão, foram concebidos projeto e licitação do Centro de Convenções. “Deixamos recursos assegurados para o início”, recordou o tucano.

DESPOJADO
A cada sessão na Câmara de João Pessoa, o vereador Sérgio da Sac (PSL) rouba a cena no plenário da Casa. O estilo, digamos, informal bota o cantor Falcão no chinelo.


Não se sabe de onde partiu a orientação, mas o vereador Anderson Maia (PSB) pediu a retirada da assinatura da CPI do Caixa Dois, instalada na Câmara de Campina.

CABO ELEITORAL
O presidente da OAB, Odon Bezerra, confessou a “tendência” de apoio ao advogado Carlos Frederico, na sua sucessão: ”Ele tem identidade e vivência na Ordem”.

RADIOGRAFIA
Nem uma Suíça, nem também Bangladesh. O líder da oposição, Renato Gadelha (PSC), quer diagnosticar a “Paraíba real” com a tese da Frente do Acompanhamento da Gestão.

PINGO QUENTE
“Se a gente não se amar, quem vai amar a gente”.
Do deputado Arthur Cunha Lima Filho (PRTB), primo de Cássio, sobre seu apoio ao governador Ricardo Coutinho.

*Reprodução do Jornal Correio da Paraíba.

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