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A Polícia Civil prendeu na última segunda-feira (20) um homem suspeito de estuprar a sobrinha, de dez anos, em Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira. Ele foi denunciado pelo irmão da vítima, de 15 anos, que gravou um vídeo comprovando os abusos sexuais.
De acordo com a delegada Ione Maria Moreira, os abusos aconteciam há aproximadamente seis meses. O suspeito fazia sexo oral com a menor e passava a mão em suas partes íntimas. Entretanto, ele não chegou a manter relações sexuais com ela.
— Ele fazia tudo, menos conjunção carnal, provavelmente, para que não tivesse nenhuma prova dos abusos. Mas, nesse caso, tudo foi filmado.
Ainda conforme a delegada, o adolesceste teria notado que menina estava muito deprimida e um dia ela teria chegado chorando da casa do tio. Foi então que ele perguntou à irmã o que estava acontecendo e a criança contou tudo.
O jovem chegou a denunciar o caso à família, mas alguns parentes não acreditaram e disseram que ele precisava de provas para acusar o tio do crime. Então, ele fez um plano para flagrar o tio.
— Ele combinou com a irmã e um dia fingiu que iria para a aula e se escondeu dentro de uma cômoda no quarto onde aconteciam os abusos. Por uma fresta no móvel e utilizando seu celular, ele filmou tudo.
Na ocasião, o estuprador chegou a ejacular e, após o estupro, o adolescente ainda recolheu papeis higiênicos com esperma do suspeito na lixeira. Mas, ao apresentar as provas aos familiares, alguém teria tomado o celular de sua mão e deletado o vídeo.
Ainda assim, a mãe dos menores decidiu procurar a Polícia Civil e denunciou o caso. Com um trabalho realizado pela perícia, o vídeo foi recuperado e, apesar das imagens estarem com má qualidade, foram suficientes para comprovar o crime e embasar o pedido de prisão preventiva do autor.
Após o resultado da perícia, a delegada pediu a prisão preventiva do suspeito por estupro vulnerável e ele foi preso em sua residência. Entretanto, o criminoso se recusou a fornecer DNA e também disse que só irá se manifestar em juízo. Ele está detido no Ceresp (Centro de Remanejamento do Sistema Prisional) de Juiz de Fora e, se condenado, pode pegar até 15 anos de prisão.
Rotina de abusos
De acordo com as investigações, os estupros tiveram início em janeiro deste ano, quando a família se mudou para uma casa próxima de onde mora uma irmã da mãe das crianças com o seu marido.
Segundo a delegada Ione Maria, inicialmente, o tio ia à casa da família e dava R$ 10 ao adolescente de 15 anos. Em seguida, ele dizia que também daria R$ 10 à menina, mas ela teria que ir até à residência dele para buscar o dinheiro. Ele então aproveitava para abusar e ameaçar a criança.
Mas, depois de algum tempo, os estupros passaram a acontecer na casa da vítima, geralmente, quando o irmão mais velho saía para ir à escola e mãe estava trabalhando fora.
Ainda conforme a delegada, a maioria dos estupros de vulneráveis acontece dentro de casa e são praticados por familiares. Por isso, ela faz um alerta aos pais e responsáveis para que não deixem as crianças sozinhas ou acompanhadas de outras pessoas.
— Geralmente, os pedófilos são pessoas muito dóceis, que cativam e conquistam a confiança da criança e da família. Na maior parte das vezes, são pessoas acima de qualquer suspeita.
Ela também pede que as famílias denunciem qualquer situação anormal ou suspeita de abuso sexual contra crianças.
R7
Podcast da Rede Mais - 23/04/2024
