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A nova tarifa dos ônibus

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publicado em 13/07/2015 às 16h10

Recentemente publicado em jornais locais e como resultado de declarações do presidente da Ong ETEV, Luiz Carlos André, “tudo tem aumentado de preço e até o pãozinho já aumentou 10% este ano, mas quase ninguém reclama e só se reclama quando é reajustada a tarifa do transporte coletivo, como que este setor fosse imune ao que acontece na economia, especialmente nesta hora de crise”.

Realmente, até os movimentos sócio-estudantis parecem pouco se interessar quando, por exemplo, o governo autoriza os aumentos nos combustíveis, na energia elétrica etc. Só encontram motivação quando ocorre reajuste na tarifa dos ônibus – daí muitos entenderem que essa motivação, equivocada, é meramente de natureza político-ideológicas e porque, em função da visibilidade do setor, também lhes propiciam muita visibilidade ou o “aparecer politicamente”.

Os reajustes nas tarifas dos ônibus ocorrem ao reboque dos aumentos de custos nos outros setores, como do óleo diesel, que representa um dos maiores pesos na planilha de custos do transporte coletivo urbano (aqui em João Pessoa são cerca de 1,6 milhão de litros consumidos por mês para fazer circular 470 ônibus que realizam próximo de 4,5 mil viagens/dia).

E, por óbvio, o reajuste tarifário também vem em decorrência dos salários pagos aos trabalhadores do setor, que, se não tiverem suas atualizações remunerativas acordados por Convenção Coletiva do Trabalho, surge a decisão judicial que sempre toma por base (base inicial) a inflação do período considerado.

Ainda se tem a considerar que os serviços do transporte coletivo são bancados, na absoluta maioria das cidades brasileiras, tão só pelas receitas advindas das respectivas tarifas, porquanto as prefeituras não têm capacidade de subsidiá-las, como fazem alguns municípios como os de São Paulo e Curitiba. Por isto, até cidades interioranas como Juazeiro e Feira de Santana já praticam, desde começo do ano, tarifas de R$ 2,70, valor este que só agora passa a ser praticado na capital paraibana.

Há, pois, aqui em João Pessoa, mesmo sem subsídio governamental, a modicidade tarifária, vez que capitais similares como Aracajú já tem tarifa nesse valor desde dezembro de 2014, enquanto que em Maceió também desde o início do ano o preço é de R$ 2,75.

Nesse novo valor tarifário de R$ 2,70 há muitos passageiros que antes pagavam duas passagens para seus deslocamentos e atualmente só pagam uma, pelo benefício da integração. Estudante paga meia (R$ 1,35). Há ainda os que nada pagam (os de Passe Livre, mesmo sem subsídio!).

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