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Professor em greve de fome é socorrido após dez dias sem comer

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publicado em 04/06/2015 às 15h02

Um professor foi hospitalizado na tarde desta quarta-feira (3), em Curitiba, no Paraná, após passar dez dias sem comer. De acordo com a professora de geografia Nilsa Batista Paz, que também participa greve de fome realizada para cobrar ações do governo do Estado, o docente e uma estudante que aderiu ao movimento passaram mal e precisaram receber atendimento médico.

Iniciada em fevereiro, a greve de professores no Estado foi retomada no final de abril e continua em curso. Nilsa disse que tomou a decisão drástica de aderir à greve de fome porque deixou de acreditar nas palavras e ações do governo, depois de perceber que, apesar do apelo constante dos docentes por melhorias, nada mudou.

A professora de geografia contou que o movimento começou com Pierre, um professor de Roraima que se solidarizou com a causa dos colegas paranaenses. A segunda a aderir ao movimento foi Julia, uma jovem de 22 anos que cursa artes cênicas na Unespar (Universidade Estadual do Paraná). Nilsa se juntou aos dois.

Com acampamento improvisado para se proteger contra o frio e utilizando potes para fazer suas necessidades fisiológicas, o trio se propôs a manter a greve de fome até que o governador Beto Richa decida aceitar o reajuste de 8,17% pedido pela categoria, que afirma que o percentual é referente à reposição da inflação dos últimos anos. Nilsa relatou que não se alimenta há uma semana e afirmou que, apesar de ter sido hospitalizado para tomar soro, Pierre disse que não desistirá.

Quanto aos efeitos da greve de fome na saúde dos três, Nilsa contou que Julia apresentou problemas renais e pressão baixa. A jovem estava há sete dias sem se alimentar quando foi levada para um hospital, na última terça-feira (2). O professor sentiu-se mal e a fraqueza chegou a um estágio preocupante. A professora ainda não precisou de cuidados médicos, mas admitiu que tem sofrido com tontura, fraqueza, dores nas pernas e na cabeça, além da oscilação de pressão.

Nilsa afirmou que, desde a forte repressão sofrida pelos professores, durante um protesto realizado no dia 29 de abril , a categoria quer a saída de Beto Richa do governo. “Estamos pedindo intervenção federal para tirar ele. Ele cometeu um crime contra a gente, contra a população. Mais de 3 mil homens em cima da gente”, lembrou. Quanto ao silêncio do governador a respeito da greve de fome, a professora disparou: “ele não enxerga, quer um a menos para incomodar ele”.

Sobre o prejuízo aos alunos, Nilsa garantiu que ela e seus colegas querem voltar e não gostariam que os estudantes estivessem sem aulas, mas disse que é preciso exigir ação do governo. “Só falam e não cumprem”, finalizou.

Procurado pelo Terra , o governo do Paraná afirmou que não irá se pronunciar sobre a “decisão de manifestantes de fazerem greve de fome”. O órgão disse ainda que “sempre esteve aberto ao diálogo” e que “clama para que os professores retomem as aulas”.

Terra

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