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Caravana do Coração vai atender 1000 pacientes em 13 cidades da PB

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publicado em 23/05/2015 às 11h08
atualizado em 23/05/2015 às 08h09

Nesta sexta-feira (22) pela manhã, a secretária de Estado da Saúde, Roberta Abath, se reuniu com a presidente do Círculo do Coração, Sandra Mattos; gerentes regionais de saúde e diretores de hospitais, para ajustar os detalhes técnicos da III Caravana do Coração, que será realizada no período de 29 de junho a 11 de julho, em 13 municípios, começando por Cajazeiras e seguindo por Sousa, Catolé do Rocha, Pombal, Patos, Itaporanga, Princesa Isabel, Sumé, Esperança, Picuí, Guarabira, Itabaiana e Mamanguape. O objetivo é atender cerca de 1000 pessoas, entre crianças e gestantes, com problemas cardíacos.

O público-alvo da caravana, que vai contar com a participação de cerca de 50 profissionais, são crianças de 0 a 12 anos e gestantes com idade gestacional de 22 a 28 semanas, que apresentem algum tipo de cardiopatia ou problemas oriundos de cardiopatias, a exemplo de febre reumática, sopro, cianose, taquicardia e desmaios, em crianças; e nas mulheres, problemas como diabetes clínica, cardiopatia já estabelecida, má formação fetal, histórico familiar de cardiopatia, hipertensão materna, entre outros. A meta é atender 80 crianças e 20 gestantes, em cada município.

Além da assistência, a Caravana oferecerá cursos de capacitação aos profissionais de saúde dos 13 municípios. Serão 60 vagas por cidade. Os cursos são: Transporte do Recém Nascido de Risco; Assistência de Enfermagem ao Recém Nascido; Reanimação Neonatal; Auxiliar da Reanimação Neonatal; Acesso venoso no recém nascido; Suporte ventilatório no recém nascido e Uso do CPAP artesanal no recém nascido.

“A Caravana, no seu perfil de capacitação, tende a deixar melhor preparados os profissionais dos vários níveis de assistência, o que resulta na redução da morbimortalidade materna e neonatal, uma vez que haverá melhor qualidade na prestação do serviço”, destacou o coordenador estadual da Rede de Cardiologia Pediátrica e também instrutor dos cursos, Cláudio Regis.

A presidente do Círculo do Coração, Sandra Mattos, explicou que há grandes novidades na terceira edição da Caravana do Coração. Uma delas será a implantação das “salas do coração”. “Serão salas de telemedicina, que vão servir de ambientes virtuais de ambulatórios, onde médicos e enfermeiros locais vão trabalhar com profissionais do Círculo para fazer o acompanhamento das crianças cardíacas da cidade”, explicou.

Outra novidade é a capacitação continuada em saúde, onde as aulas serão disponibilizadas na internet, no site do Círculo. “Toda semana temos reunião onde discutimos casos clínicos, trabalhos de literatura e rotinas do projeto. Todas as discussões são gravadas e vão pro programa de educação continuada, do Círculo do Coração. Os profissionais de saúde poderão acessar a qualquer momento”, disse Sandra.

Ainda terá a implantação do “Ecotaxi”, pelo qual uma mala com todos os equipamentos necessários para fazer ambulatório de cardiologia (máquina de ecocardiografia, estestoscópio, tensiômetros) irá para as cidades para o atendimento ambulatorial.

Balanço – Em 2013,  foi realizada a 1ª Caravana do Coração.  “Foram nove dias de viagem e neste período realizamos  4.608 atendimentos nas áreas de Enfermagem, Cardiologia, Ecocardiograma, Psicologia, Nutrição, Serviço Social, Arte Terapia, Ausculta Cardíaca e Eletrocardiograma em 512 pacientes”, explicou Sandra Mattos.

Ano passado aconteceu a 2ª Caravana do Coração, que visitou 13 municípios com duração de 14 dias e desta vez com 40 profissionais.  ​Nesta Caravana, foram  realizados  9.171 atendimentos nas mesmas áreas da primeira caravana, em 1.019 pacientes. Foram ainda realizadas capacitações em reanimação neonatal, transporte e cateterismo umbilical para 495 profissionais de saúde.

Outros dados – A Rede de Cardiologia Pediátrica (PB\PE) realizou nos últimos três anos cerca de 80 mil triagens neonatais. Ainda de acordo com os dados, nesse mesmo período, foram realizadas 7 mil consultas e ecocardiogramas, 800 capacitações profissionais, além de 330 cirurgias no Complexo de Pediatria Arlinda Marques, na Capital, referência na área, e mais 62 outras cirurgias, no Recife, de pacientes cardiopatas paraibanos. A Rede de Cardiologia Pediátrica (PB\PE) é fruto de um convênio assinado  entre o Governo do Estado e o Círculo do Coração de Pernambuco no dia 17 de outubro  de 2011, no valor de R$ 3.327.633,12. Em novembro de 2013, o convênio foi renovado em R$ 6 milhões.

A Rede hoje cobre quase 85% dos nascimentos da rede pública de maternidades.  A Paraíba é pioneira no projeto do Círculo do Coração e oferece assistência de qualidade à população, desde o atendimento ambulatorial até a alta complexidade. A Rede de Cardiologia Pediátrica é financiada com recursos da Secretaria de Estado de Saúde e surgiu da necessidade de melhorar o atendimento em cardiologia pediátrica no Estado.

O serviço  também atua na capacitação dos profissionais do sistema público de saúde, em especial neonatologistas, ultrassonografistas, pediatras e enfermeiros, visando o diagnóstico e tratamento das doenças cardíacas em crianças. As equipes são treinadas para realizar a triagem neonatal por oximetria de pulso, exame feito nas primeiras 24 horas de vida do bebê, capaz de detectar doenças cardíacas congênitas. O exame avalia a saturação de oxigênio no sangue. Nos casos em que é detectada alguma anormalidade, os bebês são encaminhados para realizar exames mais aprofundados. Também é feita triagem neonatal com ecocardiograma realizado pelo neonatologista, com supervisão de um cardiologista online. Além disso, contam com toda a assistência clínico-cirúrgica dos médicos ligados ao Círculo do Coração de Pernambuco.

Avaliação – Sandra Mattos avalia o projeto de forma bastante positiva: “Acredito que hoje não temos nenhum estado que seja capaz de ter uma triagem, uma avaliação e manuseio de crianças cardiopatas como temos na Paraíba. Nós fizemos um trabalho recente mostrando que estávamos detectando quatro bebês em cada mil nascidos vivos com cardiopatia. Hoje, nós detectamos em torno de 10 a 11 bebês. E o que se acredita é que, em torno de 10 bebês, de cada mil nascidos vivos, tem doenças cardíacas. Então, praticamente, estamos detectando a totalidade dos bebês que nascem com doenças cardíacas no estado”, avaliou.

“Além do mais, há essa integração dos profissionais e treinamento das equipes. O projeto tem sido fantástico e acredito que quando chegarmos em outubro, quando completa quatro anos, nós vamos passar da marca dos 100 mil atendimentos. Atualmente, já passamos dos 80 mil”, concluiu.

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