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Gilson Lira é Master Coach e Trainer em PNL com certificações pela Sociedade Brasileira de Coaching (SBC), Sociedade Euroamericana de Coaching (SEAC) e Sociedade Brasileira de Programação Neurolinguística (SBPNL). Bacharel em Comunicação Social e pós-graduado em Marketing e Gestão de Pessoas. Coautor dos livros “PNL para Professores”, “Segredos do Sucesso – Histórias de Executivos da Alta Gestão”, “Coaching para Gestão de Pessoas” “Empreendedorismo” e “Bíblia do Coaching”. Atualmente ocupa o cargo de diretor de mercados internacionais da Embratur. [email protected]

Estagiários que viraram presidentes

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publicado em 16/05/2015 às 17h14
atualizado em 16/05/2015 às 14h33

Pesquisa realizada pela Page Talent com a equipe de alta gestão de empresas constatou que 71% dos líderes de empresas iniciaram suas carreiras como estagiários. Foi constatado também que mais da metade dos entrevistados (55%) revelou que foi efetivado na empresa assim que o estágio foi encerrado. Mas, afinal, o que esses números nos mostram? Mostram-nos que, mesmo nos dias atuais, os programas de estágio ou trainee ainda continuam sendo um ótimo caminho, não só para ingressar no mercado de trabalho, mas para consolidar muitos dos conhecimentos teóricos que nos foram passados em sala de aula, e que sem a prática tornam-se algo incompleto.

Sempre vi o estágio como uma oportunidade única de treinamento e aperfeiçoamento de habilidades. Tanto é que assim que eu completei 15 anos não pensei duas vezes e logo saí em busca de um estágio. Para minha felicidade, como acontece com inúmeros jovens, pouco tempo depois fui logo efetivado.

Você certamente conhece a história de algum empreendedor bem-sucedido que iniciou a sua trajetória profissional, justamente, sendo um estagiário. Correto? Inclusive, as livrarias estão abarrotadas de várias biografias trazendo histórias de pessoas assim. Por exemplo, quando se lê sobre Jack Welch, um dos mais respeitados líderes de negócios do mundo, descobre-se que Welch começou a sua carreira ainda no ano de 1960 como trainee da General Electric Company, nos Estados Unidos. Pouco mais de dez anos depois já era vice-presidente da empresa, e decorridos vinte e um anos, ou seja, no ano de 1981, passou a presidir a GE.

Li há pouco tempo que o atual presidente da IBM Brasil, Rodrigo Kede, trilhou seu caminho até chegar ao mais alto posto da empresa tendo igualmente iniciado sua jornada profissional como estagiário na própria IBM. “Comecei como estagiário em 1993 quando ainda estava na faculdade”, relatou Kede. Aos 33 anos de idade ele já era CFO da empresa, e aos 38 anos Rodrigo tornou-se o presidente mais jovem da história da companhia.

A trajetória profissional de Rodrigo se confunde muito com a meteórica carreira do administrador e executivo brasileiro, Paulo Sérgio Kakinoff, que ingressou na Volkswagen do Brasil aos 18 anos de idade como estagiário. Treze anos depois de estrear na organização, ele chegou à presidência da Audi Brasil – empresa que faz parte do grupo Volkswagen – onde permaneceu até o ano de 2012. Hoje, Kakinoff ocupa a presidência da Gol Linhas Aéreas, cargo que conquistou quando tinha apenas 37 anos de idade.

Mas não para por aí. Outra pessoa que também deu seus primeiros passos no mundo corporativo como estagiária e foi galgando cargos ao longo da vida profissional foi a atual vice-presidente da Customer Promise América Latina no Walmart.com, Andrea Bueno. Sobre esse fato ela escreveu: “Meu primeiro desafio profissional foi em 1992 como estagiária na Mitsubishi Motors… foi na Mitsubishi que aprendi a dinâmica do ambiente corporativo”. Curiosamente o supracitado levantamento da Page Talent detectou justamente isso, que quase a totalidade dos entrevistados, ou seja, 93% indicou a experiência profissional adquirida no estágio como fundamental para o desenvolvimento de sua bem-sucedida carreira.

Esses são apenas alguns bons – e breves – exemplos de pessoas que obtiveram êxito profissional conciliando desde cedo os bancos escolares com a usual e salutar prática de um bom e proveitoso estágio. É sempre bom lembrar que o estagiário de hoje, como falo no título desta coluna, pode tornar-se, amanhã, o diretor ou o presidente da empresa onde atua. Desde que, claro, esse indivíduo esteja sempre disposto a ‘pagar o preço’ de fazer sempre mais do que aquilo que lhe foi solicitado a fazer.

Finalizo trazendo uma interessante mensagem (e que nos serve também de conselho) repassada há mais de 80 anos por Napoleon Hill, autor que muito aprecio. Segundo Hill, se desejamos realmente ir pra frente e nos destacar em nossas profissões, nós precisamos criar o saudável hábito de andar a milha extra; o saudável hábito de sempre fazer um pouco mais do que aquilo que nos foi solicitado. Para esse que foi um dos grandes gênios do desenvolvimento pessoal, existem dois tipos de pessoas que não vão para frente: aquelas que não fazem o que é pedido e aquelas que só fazem o que é pedido. “Se você quer se destacar em sua área de atuação precisa criar o salutar hábito de andar a milha extra, ou seja, sempre fazer mais do que lhe pedem, sempre fazer mais do que é obrigado a fazer. Do contrário, você será apenas uma pessoa mediana, igual a tantas outras”, sugere Hill.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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