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Dono da BBom desviou US$ 400 mil antes de bloqueio de contas

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publicado em 18/09/2014 às 10h19

 Denunciado pelo crime de pirâmide financeira e outros delitos, o dono da BBom, João Francisco de Paulo, enviou ao exterior US$ 400 mil (aproximadamente R$ 896 mil, à época), poucos dias antes de a empresa ter as contas bloqueadas pela Justiça.

Nesta quarta-feira (18), o Ministério Público Federal de São Paulo (MPF-SP) denunciou cinco pessoas envolvidas nas operações da empresa, entre eles seu proprietário, por um esquema de pirâmide financeira disfarçado como marketing multinível.

Segundo o Procurador da República Andrey Borges de Mendonça, responsável pela denúncia, Francisco de Paulo teria feito quatro transferências em nome próprio, em um único dia – 2 de julho de 2013 –, no valor de US$ 100 mil cada, caracterizadas como "investimento no exterior".

A data coincide com o ajuizamento de uma medida cautelar na 4ª Vara Cível de Goiás pelo Ministério Público goiano, que resultou no bloqueio das contas da empresa, por suspeita de pirâmide, poucos dias depois, num total de R$ 300 milhões.

"A finalidade de ocultar a origem ilícita dos valores é nítida. Tais remessas foram feitas pois o denunciado visava ocultar e dificultar o rastreamento do dinheiro apropriado dos investidores", afirma o procurador na denúncia.

O documento aponta Francisco de Paulo como o principal beneficiário da pirâmide, tendo recebido entre R$ 2 milhões e R$ 4 milhões por mês, totalizando cerca de R$ 14 milhões somente no primeiro semestre de 2013.

Os cinco denunciados vão responder pela prática de crimes contra o mercado de capitais, o sistema financeiro, a economia popular e ainda por lavagem de dinheiro.

Ainda segundo Mendonça, a Polícia Federal apreendeu arquivos digitais nos computadores dos denunciados mostrando que a BBom teria emitido 986.917 contratos de investimento coletivo.

"[Os denunciados] desviaram e se apropriaram do dinheiro e dos valores de terceiros investidores, dos quais tinham a posse, ocasionando prejuízos bilionários a aproximadamente 1 milhão de pessoas, no montante de quase R$ 2 bilhões, em proveito próprio e alheio", disse o procurador.

Na denúncia enviada à Justiça, Mendonça pede que os cinco denunciados sejam condenados ao pagamento de indenização às vítimas no valor aproximado de R$ 2 bilhões – equivalente ao faturamento total da empresa.

IG

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