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Jornalista desde 2007 pela UFPB. Filho de Marizópolis, Sertão da Paraíba. Colunista, apresentador de rádio e TV. Contato com a Coluna: [email protected]

Pela Paraíba

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publicado em 18/03/2011 às 08h04

Primeiro foi o prefeito de Campina Grande, Veneziano Vital do Rêgo, quem dividiu ontem a mesa do seu gabinete com o ex-governador Cássio Cunha Lima. Na próxima semana, será o governador Ricardo Coutinho quem abrirá espaço na agenda para receber o gestor campinense no Palácio da Redenção.

Os movimentos que estamos a assistir representam conflagração de um processo natural e irreversível de afirmação de uma nova safra de políticos e conceitos na Paraíba. O que antes era absolutamente improvável e em alguns casos inconcebível, já ganha ares de postura obrigatória dos nossos principais agentes da atualidade.

Os gestos de Cássio, Ricardo e Veneziano imprimem uma mudança de mentalidade e a virada de página de um tempo por ranço e revanchismo permanente entre as forças mais representativas de nossa política partidária. Não há mais espaço para o encastelamento dos atores responsáveis por trazer luz a um quadro de “trevas”.

O homem público deve (ou deveria) se pautar a partir das angústias mais presentes no tecido social. Nenhuma querela, diferença ou pendenga pessoal justifica a anulação do papel de intérprete coletivo. Não é justo que o cidadão pague o saldo negativo das divergências políticas de nossos representantes.

Os primeiros sinais são alentadores e dignos de registro e estímulo. O desprendimento e o espírito público exemplificados precisam contagiar nossa classe política e também segmentos da população paraibana, historicamente contaminados pela estéril politicagem que só atrasa o bonde de nossa redenção.

Estica e puxa – A mesma Justiça que barrou pela manhã a caravana do deputado Manoel Júnior (PMDB) foi a mesma que liberou o evento à tarde após argumentação dos advogados.

Nova roupagem – Júnior resolveu estender às “plenárias” a outros municípios alegando que agora quer colher sugestões para o mandato. “Não sabia que era proibido deputado ouvir o povo”.

Sangria no PMDB, adesões e falta de rumo – Em 15 dias, o maior partido da Oposição perde três deputados. Não é normal para um PMDB que esteve há pouco tempo no poder. O último da fila foi Márcio Roberto, que ligou para alguns colegas de manhã cedo reiterando integração à bancada e antes do meio dia estava sentado com o governador para comunicar a decisão de aderir.

Representação extra-oficial – Dois deputados federais pelo Maranhão têm ligações familiares e de origem com a Paraíba. Edvaldo Holanda Júnior, vice presidente nacional do PTC, e Zé Vieira (PR), ex-prefeito de Bacabal, nasceram na região de Sousa, onde têm parentes.

Saúde das tropas – O secretário de Finanças do Ministério da Defesa, Gilberto Barbosa, elogiou o senador Vital do Rêgo Filho (PMDB) por apresentar emenda para o 31º Batalhão do Exército em Campina Grande “e contribuir para manter a boa saúde das tropas”.

Só o necessário – “Assuntos administrativos se sobrepõem aos problemas políticos”. Frase do prefeito Veneziano para estancar boato de que a pauta com Cássio ultrapassou o script oficial.

Sem querer querendo – Já Cássio externou o que pensa sobre tese da candidatura de Diogo. Considera o assunto prematuro, mas quer que o filho se filie ao PSDB. Precisa dizer mais alguma coisa…

Suspense – Pela previsão de Edmilson Soares, ainda faltam quatro deputados para o Governo chegar aos 25 votos na Assembléia. A Oposição investiga na ponta do lápis a cotação.

Tarefa espinhosa – O líder da Oposição, André Gadelha, chega com um abacaxi. Segurar a onda de adesões na bancada e ainda tentar convencer os adesistas a recuarem das decisões recentes.

Ao paraíso – No almoço da Oposição, Márcio Roberto ligou para os colegas e justificou ausência devido a uma viagem. Um dia depois, foi revelado o destino: o jardim dos girassóis.

Coisa velha – Foi estranho ouvir o governador dizer aos jornalistas que a adesão de Márcio Roberto representa um novo momento. Certas adesões não são tão novas e louváveis assim

Final do mês – O anúncio do “carro chefe” dos 100 dias de Governo ficou para a segunda-feira, dia 28. Agenda de Ricardo em Brasília na próxima segunda adiou a divulgação do programa.

Estafa – As palavras do secretário da Casa Civil, Lúcio Flávio, explicam porque os secretários da Saúde e Educação adoeceram. A carga horária exigida é de 14 horas por dia, sem folga.

Calo – O PMDB já dá como certa a presidência da Comissão de Constituição e Justiça da Assembléia. Raniery Paulino é o nome de consenso entre os colegas de bancada.

Pacto – A secretária Roseana Meira revelou que na próxima semana Prefeitura da Capital e Governo assinam novos termos de cooperação. Dessa vez, em serviços de saúde.

PINGO QUENTE – “Eu sou apaixonado por brega, cachaça e confusão”. Do confesso apreciador de aguardente Tião Gomes (PSL) que vai estrear programa numa rádio de Santa Rita.


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