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Jornalista desde 2007 pela UFPB. Filho de Marizópolis, Sertão da Paraíba. Colunista, apresentador de rádio e TV. Contato com a Coluna: [email protected]

Águas de março

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publicado em 19/03/2011 às 15h37

O período carnavalesco até roubou boa parte do calendário político, mas nem o intervalo da folia diminuiu o ritmo das articulações, movimentações e especulações dos bastidores do poder. As águas de março rolam em correnteza brava e caminham para um mar desconhecido onde até as teses mais improváveis navegam.

O gesto do ex-governador Cássio Cunha Lima no final de semana na direção de uma conversa franca com o governador Ricardo foi visto como uma sinalização de renovação da aliança construída em 2010. Ainda, assim a fogueira intramuros permanece acesa e em clima de alta temperatura.

As águas de março molharam a boca de três deputados peemedebistas que não agüentaram a seca da pós-derrota e decidiram beber na fonte do Palácio da Redenção. O PMDB convoca as pressas uma reunião de emergência para encontrar fórmulas de contenção de baixas ou medidas de punição para os infiéis.

As águas de março encontraram com os históricos adversários Veneziano Vital e Cássio A reunião em favor de uma causa nobre teve simbolismo político que mexeu os dois grupos. Na opinião de alguns cientistas políticos, observadores ‘distantes’ das paixões partidárias, o gesto excedeu a pauta administrativa e pode ter efeitos.

Ricardo não ficou à margem do rio e remou na direção dos peemedebistas, quando reconheceu publicamente José Maranhão pela decisão de ter iniciado as obras do Centro de Convenções. Abriu diálogo e trouxe para seu barco três deputados do PMDB. E depois de março, muitas águas ainda vão rolar.

Missão impossível – Pode até ser paranóia gerada pelo frisson político destes últimos dias. Mas há quem garanta que cassistas já teriam sondado José Maranhão sobre uma reaproximação.

Hora H – As más línguas dizem que o governador estava muito agitado na manhã da última quinta-feira. Coincidência ou não, era o momento da audiência de Cássio com Vené.

A agenda de Ricardo, Obama e o prestígio de João – Até o final da tarde de ontem, a agenda de hoje do governador permanecia indefinida. Segundo fontes do Governo, Ricardo estava decidindo entre comparecer ao almoço com o presidente Barack Obama ou participar de procissão em São José dos Ramos, terra da prefeita Aparecida Amorim, irmã do deputado João Gonçalves (PSDB).

Asprenne e a PEC 54 na Câmara – Em Brasília, a Asprenne recebeu a adesão do deputado Romero Rodrigues (PSDB) na luta pela aprovação da PEC 54/99. A proposta permitirá que 600 mil servidores pro tempore no Brasil sejam efetivados. Na Paraíba, seriam 37 mil beneficiados.

Jaldes e a piada – O cientista político Jaldes Menezes botou fogo na lenha, em entrevista ao Correio Debate (rádio), ao chamar de piada a candidatura do deputado Manoel Júnior a prefeito de João Pessoa. “Ele é pouco conhecido na cidade e não tem peso para majoritária”.

Parcialidade – Tavinho Santos (PTB) tratou de atacar os argumentos. Chamou a análise de Jaldes de “vergonha” e citou a ligação do cientista com o Governo, do qual a esposa é secretária.

Faca no dente – O presidente do Aeroclube, Rômulo Carvalho, se diz confiante no desfecho da briga com a Prefeitura. “Podem destruir a pista, mas não vão rasgar a Constituição Federal”.

Né assim não – O vereador pessoense João dos Santos vai ter que refazer os planos de adesão a Agra. Foi desautorizado pelo presidente do PR, Wellington Roberto, que ameaçou punição.

Precisão – Sincero acima da média, João lembrou ao deputado que o atendimento as comunidades de sua base depende da ação da Prefeitura. Wellington não amoleceu o coração.

Bola – O deputado Vituriano de Abreu (PSC) está disposto a ficar na Oposição até o fim. “É melhor ficar onde estou. Esse Governo não dá muita bola a ninguém”. E se desse?

Porta aberta – Já o deputado Arnaldo Monteiro (PSC) é mais comedido. Não acha prudente adesão a um Governo que está começando, mas não fecha as portas. “O futuro a Deus pertence”.

Gravidade – O secretário de Articulação, Zé Lacerda, contestou as críticas da Oposição sobre a sede do governador por adesões. “Eles estão vindo pela força do trabalho do Governo”.

Dois tempos – Avaliação do cientista político da UFPB, Flávio Lúcio Rodrigues. “Apesar do favoritismo atual de Agra, a eleição de João Pessoa caminha para o segundo turno”.

Providências – O líder da Oposição, André Gadelha (PMDB), vê improbabilidade de novas defecções na base. Já agendou encontro com o presidente estadual do PMDB, Antônio Souza.

Causa própria – Na Câmara de João Pessoa é unanimidade a torcida dos vereadores para a aprovação da PEC que aumenta para 27 o número de vagas na Casa. Nenhum deles quer ficar fora.

PINGO QUENTE – “Até agora estou sem camisa”. Do vereador João dos Santos (PR), questionado sobre qual camisa tem vestido no time da política de João Pessoa.


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