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Jornalista desde 2007 pela UFPB. Filho de Marizópolis, Sertão da Paraíba. Colunista, apresentador de rádio e TV. Contato com a Coluna: [email protected]

Sobrevoando

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publicado em 26/03/2011 às 10h45

A reunião marcada para hoje na sede do PMDB não deve ter efeito além do protocolar. Unidade num partido com o nível de fisiologismo e tão íntimo do poder como o PMDB, não se constrói apenas pelo verbo ou pelas boas intenções do ex-governador José Maranhão.

A crise vivida na legenda se dá, sobretudo, no nível da liderança partidária. Fora do Palácio e sem perspectivas de poder a curto prazo, Maranhão começa a sentir resistência de antigos liderados. São poucos hoje os que querem se colocar na condição de liderados, diferente de tempos bem recentes quando o ‘homem de Araruna’ era unanimidade absoluta no controle das decisões e da estrutura partidária.

O cenário é outro. Nesse encontro, Maranhão ouvirá, mas do que falará. Não vejo o ex-governador com apetite para botar dissidentes na parede ou intimidar os paqueradores do Governo. Sem a força da representação do mandato, não há muito que se fazer. Por enquanto, o ex-governador deve alimentar os seguidores com a espera de um cargo na esfera federal.

Continuará sobrevoando a pista do partido até que o movimento da renovação saía do plano de vôo e decida de fato usar as turbinas para ocupar o comando logístico da nave. Por enquanto, Maranhão vai verificar se tem combustível necessário para alcançar a distância calculada. Utilizará o atributo mais forte de sua personalidade: a paciência. Para esperar o momento de agir ou de passar o bastão.

A realidade – Discretamente, o deputado Benjamim Maranhão (PMDB) deixou a entender que Maranhão já abriu alas da renovação e não será candidato nas eleições de 2014.

Pré-candidato – Aliás, Benjamim dá mostras que não está fora do páreo da sucessão em João Pessoa. Ao Correio Debate (rádio), reiterou o desejo e defendeu candidatura única da Oposição.

A irresignação de Santiago – O ainda senador Wilson Santiago (PMDB) tem todo o direito de buscar os recursos que lhe cabem, mas essa não é a melhor saída política. Com as chances de reversão mínimas, poderia sair de cabeça erguida, lamentando apenas a impossibilidade de defender suas propostas no Senado. Capitalizaria para o futuro.

Constrangimento – Se os adesistas Doda de Tião, Wilson Braga e Márcio Roberto cumprirem a promessa de irem à reunião do PMDB, não enfrentarão um ambiente constrangedor, por incrível que pareça. Internamente, a tese de punição perdeu força.

Cimentando – Grupo português Cimpor – Cimentos do Brasil – pretende construir fábrica no município do Conde, no Litoral Sul do Estado. O grupo almoçou ontem com o governador Ricardo Coutinho para tratar de parceria com o Governo do Estado.

Elevação – A Bolsa Formação da PM deve subir de R$ 1.600 para R$ 2.200. O pedido foi feito pelo governador ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso, que considerou o pleito justo.

Cajazeiras – O vereador Moacir Menezes (DEM) tentou, mas não conseguiu barrar ontem a abertura do bar, batizado de Locadora de Mulher. Em Sousa, já tem gente pensando em copiar.

Decepção – Em entrevista ao Correio Debate (rádio), o presidente da Associação dos Magistrados e Promotores, Marlon Reis, não escondeu a frustração com o adiamento da Ficha Limpa.

Perdeu a batalha… – “Mas não vamos perder tempo com os aborrecimentos que isso nos causou. Vamos cuidar agora dessa lei”, disse Marlon, que crê na aplicação do dispositivo em 2012.

Dois pesos – O magistrado atacou o argumento da anualidade e lembrou que a Lei das Inelegibilidades (64/90) foi aprovada no ano da eleição e vigorou no mesmo pleito.

Pra reconstruir – O líder da Oposição, André Gadelha, suavizou o discurso. Agora torce para que Maranhão fique no comando do PMDB, mas prega maior dedicação do ex-governador.

Concorrência – O presidente estadual do PMDB, Antônio Souza, não vê impasse na nomeação de Maranhão por conta da queda de Santiago. “Não tem nada haver uma coisa com outra”.

Escudo – Aliás, Antônio Souza não se preocupa com as ameaças de destituição da presidência. A Executiva Nacional prorrogou os mandatos dos diretórios estaduais para até 2013.

Excesso – O Conselho Nacional do Ministério Público viu excesso no tratamento dado ao caso do promotor de Cajazeiras, Carlos Guilherme. Aliás, essa é uma história mal explicada.

Enésima – O diretório municipal do Partido dos Trabalhadores se reúne hoje, às 9h, na sede do Sintem, em João Pessoa. Na pauta, mais uma tentativa de unificação do partido.

PINGO QUENTE – “Isso é igual a mulher que quer trair. Ninguém impede”. Do deputado federal Benjamim Maranhão sobre o ímpeto dos deputados adesistas.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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