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Jornalista desde 2007 pela UFPB. Filho de Marizópolis, Sertão da Paraíba. Colunista, apresentador de rádio e TV. Contato com a Coluna: [email protected]

A hora é agora

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publicado em 28/03/2011 às 09h42

Basta. A Paraíba já agüentou demais a briga paroquial, de interesses localizados ou contrariados, de nossos blocos políticos. Foram pelo menos 20 anos de gangorra e guerra incessante. O que ganhamos com esse ringue instalado por duas décadas no nosso Estado? Nada. Só perdemos. Aliás, alguns poucos ganharam muito.

Por força do cansaço do eleitor indiferente as paixões partidárias e da fadiga progressiva dessa politicagem, o horizonte começa a desenhar o painel da nossa virada. Ainda temos uma chance de emergirmos das águas turvas e colocarmos a cabeça de fora para respirarmos novo e possível oxigênio.

A briga entre o clã Cunha Lima e o grupo maranhista perdeu seu objeto. Maranhão por enquanto está sem mandato e Cássio deve alçar o Senado. Não tem mais sentido a rivalidade direta. Os caminhos não se encontram, mas também não se antagonizam como no passado recente de conflito permanente.

Veneziano Vital do Rêgo não será mais candidato em Campina Grande. Está bem contemplado com o irmão senador e a mãe deputada federal. Cícero Lucena vai dedicar-se prioritariamente agora ao exercício da primeira secretaria do Senado. Por mais que 2012 esteja na pauta, 2011 é o ano do armistício e da contenção dos ânimos.

A bancada federal abre esta semana diálogo com Ricardo, a quem cabe, por missão outorgada pelo sentimento do povo, estabelecer esse novo patamar de relação político-administrativa. Tudo conspira ao nosso favor. É a hora da Paraíba se refazer.

Por cima – O prefeito Veneziano Vital (PMDB) deu aula de grandeza ao comentar fala do vice Rômulo Gouveia (PSDB), que descartou agenda formal “com quem não lhe agrada”.

Pra quê? – “Não me nutro desses ranços, a vida é tão passageira para que percamos o tempo com essas mesquinharias”, revidou Veneziano, mantendo o estilo que lhe deu duas vitórias.

Alavancada no transporte intermunicipal – O governador Ricardo Coutinho lança hoje, em Patos, o programa “Paraíba Integrada”, o de maior impacto dos seus 100 primeiros dias de Governo. À bem da verdade, a iniciativa é incontestável porque desonera o bolso do cidadão do interior paraibano e ainda aumenta o faturamento das empresas, fruto do incremento do fluxo.

Reconhecimento – Apesar de adversária, a deputada Francisca Motta (PMDB), da região de Patos, em contato com a coluna, foi a primeira a reconhecer e elogiar o “Paraíba Integrada”. “É muito bom. É louvável. Terá nosso apoio na Assembléia”.

Sinceridade – O ex-governador José Maranhão (PMDB) foi sincero ao revelar neste final de semana pouca empolgação com os cargos para os quais está cotado no Governo Federal. “Na verdade, eu não estou entusiasmado para nenhum desses cargos”.

Serenando – Aliás, ao final da reunião do PMDB, Maranhão exibiu espírito sóbrio, inclinado ao diálogo e a conciliação. Está muito mais propenso à paz do que voltado à guerra.

Voto sim, posso sim – Dentro da sede do PMDB, com a mesma boca que dissimulou adesão, o deputado estadual Márcio Roberto cravou sem titubear: “Eu voto com a bancada do Governo”.

Tudo ou nada – A postura ‘light’ do deputado Ruy Carneiro (PSDB) já começou a sofrer censuras. Em tom de brincadeira ou ironia, Manoel Júnior (PMDB) tascou: “É melhor aderir logo”.

Luxo – Quem vai a Brejo do Cruz se impressiona com a suntuosa residência do prefeito da cidade. A imponente mansão corta quarteirões. Coisa que só Barão pode comprar.

Açúcar – Só Freud explica o apego de Beto Pirulito, eterno aluno (12 anos) do Unipê, pela presidência do Diretório Central dos Estudantes. Deve ter alguma coisa muito doce lá.

Desejo ardente – O ex-vereador João Almeida (PMDB) perdeu o mandato, mas não o ímpeto pelo poder. “Acho que a Oposição tem tudo para ganhar a eleição de 2012 com candidatura única”.

Recheio da tapioca – Conhecido pela postura pouco republicana, prefeito da região de Sousa procurou seu novo deputado federal para pedir ‘ajuda’ bem onerosa. Achou pouco a da campanha.

Condicionamento – Com o apoio de cinco vereadores, Marcos Barros só abre mão de disputar a Prefeitura de Cajazeiras para Carlos Antônio. Não aceita terceirização. Está pronto pra peitar.

Aliviado – Único a divergir do entendimento do TRE no caso da Ficha Limpa, o desembargador Manoel Monteiro desfilava lépido sábado pelos corredores do Manaíra Shopping.

Farpas – O presidente do PMDB, Antônio Souza, repeliu recentes críticas de Haroldo Lucena aos rumos do PMDB. “A gestão dele foi marcada pelo desrespeito aos recursos do partido”.

PINGO QUENTE – “A porteira está fechada e agora vamos trazer quem saiu”. Do líder da Oposição, André Gadelha, vaqueiro escalado pelo fazendeiro Maranhão para segurar a boiada na Assembléia.
 

Reprodução do Correio da Paraíba

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