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ELEIÇÕES 2014

No Dia Mundial Sem Carro, Marina defende apoio à indústria da bicicleta

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publicado em 22/09/2014 às 16h44

Reconhecida internacionalmente pela militância ambiental, a candidata do PSB à Presidência, Marina Silva, defendeu nesta segunda-feira (22), data na qual cidades de todo o mundo promovem o Dia Mundial Sem Carro, incentivos ao uso da bicicleta no Brasil. A ex-ministra do Meio Ambiente disse que, se eleita, isentará de impostos a indústria da bicicleta.

Criado em 1997 na França, o Dia Mundial Sem Carro se espalhou pelo mundo com o objetivo de estimular a reflexão sobre a dependência em relação ao automóvel e estimular formas alternativas de mobilidade. A mobilização foi realizada no Brasil, pela primeira vez, em 2001.

Para dar apoio à data de conscientização ambiental, Marina Silva se encontrou com ciclistas em Brasília. Apesar de incentivar a utilização das bicicletas, a presidenciável chegou à agenda eleitoral de táxi. A assessoria da campanha do PSB informou que ela não sabe andar de bicicleta.

No compromisso eleitoral, Marina assinou uma carta na qual se comprometeu a estimular o uso das bicicletas no país, se vencer a eleição de outubro. "A bicicleta é fundamental para a humanização da cidade […] É preciso criar meios de incentivo ao uso da bicicleta, fomentar a indústria", ressaltou a candidatado PSB.

Segundo Marina, é preciso dar incentivos ao setor nos mesmos moldes do que é feito com a indústria automobilística. A ex-senadora comentou que, atualmente, se paga 35% de impostos na fabricação de bicicletas no Brasil.

Em meio ao pronunciamento, ela também se comprometeu a priorizar, se eleita, políticas públicas que incentivem transportes alternativos, para tentar reduzir o uso de carros particulares no país. "Nós temos o compromisso de ter, no mínimo, 1 mil quilômetros de vias para os VLTs, os veículos leves sobre trilhos. Também temos o compromisso de construir 150 quilômetros de faixas para ônibus de rápido deslocamento", prometeu Marina.

Palácio da Alvorada

Após o ato com os ciclistas, Marina Silva participou, em Brasília, de um evento com educadores católicos. Durante entrevista coletiva ao final da agenda eleitoral, ela criticou o fato de a presidente Dilma Rousseff usar o Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência, para dar entrevistas de campanha. À revista "Época", o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Antonio Dias Toffoli, classificou a prática de "vantagem indevida".

"O problema da reeleição é exatamente esse, de criar uma confusão entre o uso institucional para o exercício da função e o uso dos meios e equipamentos que são do estado para a campanha", disse Marina. "Essa é uma ambiguidade que será resolvida com o fim da reeleição, que eu estou comprometida […] que só terei quatro anos de mandato", complementou.

Indagada neste domingo (21) sobre a declaração do presidente do TSE, Dilma usou de ironia para justificar a utilização da residência oficial. Segundo ela, se não usasse o Alvorada, não teria outro lugar e seria uma "sem-teto".

Na entrevista desta segunda, Marina também aproveitou para rebater a declaração da adversária petista de que há o risco de o Bolsa Família ser extinto caso o PT perca a eleição presidencial. Em compromisso eleitoral no último sábado, Dilma disse explicitamente que os rivais vão acabar com o programa de transferência de renda.

"Manterei o Bolsa Família, que fique bem claro, porque estão dizendo aí que vou acabar com tudo e vou acabar com o resto. É tanta coisa, gente", disse Marina. "Porque não dá para acreditar que uma pessoa possa acabar com pré-sal, o Prouni, o Fies, o Pronatec, o Bolsa Família, o Minha Casa Minha Vida, a transposição do São Francisco, a Transnordestina, o 13º, as férias, privatizar a Petrobras, a Caixa Econômica, o Banco do Brasil. Se uma pessoa pode fazer isso, é porque nós temos um país de papel", alfinetou a presidenciável do PSB.

IBGE

Marina Silva criticou também o fato de a presidente Dilma ter considerado “banal” o erro na divulgação da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) pelo IBGE na semana passada, que comprometeu indicadores de desigualdade social. Na avaliação de Marina, o governo federal não deveria tratar esses problemas como se fossem banais e sim "com o nível de preocupação que o problema requer”.

A candidata do PSB acusou ainda o IBGE de ser mal gerido e de ter cargos diretivos ocupados por indicações políticas. “Eu só lamento que a má gestão esteja prejudicando instituições que são tão respeitadas pela sociedade”, enfatizou. "Eu lamento que as indicações políticas que muitas vezes não obedecem critérios técnicos […] dentro do próprio IBGE possa causa."

Estado laico

Evangélica, Marina Silva também voltou a repetir no encontro com educadores católicos que ela defende a diversidade religiosa. De acordo com a ex-senadora, apesar de o estado brasileiro ser laico, não quer dizer que seja "ateu". “Nosso estado laico assegura o direito de quem crê, de quem não crê e assegura, sobretudo, que estado laico não é estado ateu”, ponderou.

G1

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