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Jornalista desde 2007 pela UFPB. Filho de Marizópolis, Sertão da Paraíba. Colunista, apresentador de rádio e TV. Contato com a Coluna: [email protected]

Dilma tenta virar a página

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publicado em 29/04/2015 às 09h01
atualizado em 29/04/2015 às 06h09

Em momentos negativos, nada melhor do que associar a imagem a fatos positivos. Foi o que inteligentemente fez ontem a presidente Dilma Rousseff na sua passagem festiva pelo município de Goiana, no vizinho estado pernambucano, durante inauguração da potente fábrica do grupo Jeep.

Estrategicamente, a presidente procura aos poucos se desvencilhar dos escândalos que pipocam na Petrobrás, com desdobramentos catastróficos para seu partido (o PT), e se vincula a uma agenda desenvolvimentista, o oposto do que prega seus adversários e do receio da população gerado pela crise.

Na sua presença em Pernambuco, a petista dedicou boa parte do seu discurso de sete páginas para reforçar o esforço de sua gestão para uma política de desenvolvimento regional, termo que agrada e muito ao paladar nordestino, recentemente aguçado com as cobranças dos governadores da região.

Dilma aproveitou o gancho da inauguração de um grande fomentador de empregos numa das regiões mais pobres do Brasil para destacar a decisão da multinacional Fiat instalar a maior planta comercial do grupo em solo brasileiro, o que traduziria um sinal de “confiança nos rumos do País”.

Ela voltou a defender os “ajustes necessários” e situou a grave situação da Petrobrás como “página virada”, citando o funcionamento da Refinaria de Abreu e Lima, apontada na investigação operação Lava Jato como um dos poços profundos de desvios de recursos e superfaturamento.

Ao final, Dilma proferiu uma afirmação verdadeira e merecedora de nossa atenção de paraibano. “Fizemos uma escolha transformadora para Pernambuco nos últimos doze anos”, revelou a presidente, destacando o apoio dado pelas gestões do PT ao complexo portuário de Suape, que já ultrapassou, segundo ela própria, a casa de 100 empresas em atuação.

Ou seja, para com o desenvolvimento Pernambuco, o Governo Federal fez uma escolha e pagou pra ver, literalmente. Resta-nos a capacidade de mobilização e articulação para sensibilizar, quem sabe um dia, a gestão federal a tomar a mesma decisão política. A pergunta é: por quanto tempo esperaremos?

Reflexos…

Das 16 fornecedoras de material para fabricação de carros que se instalaram, três estão na Paraíba. Uma delas é LM Came, que investiu R$ 7,7 milhões na unidade paraibana.

 

…Diretos

O Governo da Paraíba estima em 300 o número de empregos diretos gerados pelas empresas recém-chegadas ao Estado. Há ainda outras fábricas a caminho.

 

Preito de gratidão

O governador Ricardo Coutinho, que conversou reservadamente com a ex-primeira-dama Renata Campos, registrou o que chamou de “grande ação de Eduardo Campos”. A previsão inicial da fábrica estava no Porto de Suape e o então governador pernambucano, “com sua visão de nordestinidade”, trouxe a fábrica para a divisa de Pernambuco com a Paraíba.

Bastidores

Quando Ricardo estava entrando no espaço da solenidade oficial da Fiat, uma coincidência: a sonorização do evento executava a canção Girassol, do Cidade Negra.

Marcando presença

Único prefeito do PT entre as capitais do Nordeste, Luciano Cartaxo fez questão de prestigiar a presidente Dilma, nesse momento de fragilidade política da “companheira”.

Além divisas

Na disputada agenda do vice-governador de São Paulo, Márcio França (PSB), ontem, um encontro com um paraibano: o jovem empresário Othon Gama. Anotem esse nome.

Suprapartidária

Buba Germano e Estela Bezerra, do PSB, Anísio Maia (PT) e Janduhy Carneiro (PTN) fazem ponte de acordo com os professores. Hoje encaminham proposta ao governo.

Idem

Em Pernambuco, o governador Paulo Câmara (PSB) também enfrenta paralisação do magistério, desde o dia 10 de abril. A categoria pede reajuste de 13,01% nos salários.

Voto de silêncio

Acossado por Adriano Galdino, presidente da Assembleia, o secretário Fábio Maia (PSB) segue seu jejum verbal. “Não vou dar declarações”, avisou, sem polemizar.

PINGO QUENTE

“Ele (Fábio Maia) usa o nome dele (o governador) em vão”.

Do presidente Adriano Galdino (PSB), para quem o chefe de Gabinete comete heresias com o nome de Ricardo no prestigiado cargo.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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