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Jornalista desde 2007 pela UFPB. Filho de Marizópolis, Sertão da Paraíba. Colunista, apresentador de rádio e TV. Contato com a Coluna: [email protected]

Entre vivos e mortos

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publicado em 19/05/2011 às 08h57

Se a Paraíba unida, coesa e investindo tudo que tem e que por ventura possa arranjar junto ao Governo Federal já é uma tarefa hercúlea suplantar nosso histórico atraso e dificuldades de recuperação econômica, imagine se o erário continuasse sendo sugado por morcegos famintos, escondidos entre assombrações vivas e mortas.

O que a ousada reportagem da Revista Politika, de Fabiano Gomes, revelou foi mais um daqueles escândalos que dão a sensação ao assíduo contribuinte e o cidadão precisado de que realmente não estamos num país minimante sério.

Enquanto falta sala de aula para pobres estudantes no Sertão, obrigados a receberem lições no improviso da casa dos professores, segundo consistente denúncia este ano do Correio da Paraíba, sobrava gente ganhando sem trabalhar na folha da Educação. Prova que dinheiro nunca foi problema no setor. Falta mesmo é probidade.

Feito alma penada aparecendo na vista de “cabra” medroso, os números do dinheiro que escorria pelo ralo arrepiam. Os paupérrimos cofres paraibanos bancavam R$ 700 mil em salários de servidores e aposentados, que ao invés de contracheques, só poderiam ostentar no máximo o atestado de óbito, se possível fosse.

Outra casta privilegiada tinha direito a receber sem dar um prego numa barra de sabão, como diria dona Nuita, minha avó. Parte destes funcionários vips sequer morava no Brasil. Eram estrangeiros na folha de ponto de pagamento. Entre vivos e mortos, até agora todos os beneficiários e responsáveis por essa pouca vergonha vêm se salvando de punição exemplar. E a Paraíba pagando a conta.

Pesquisa –
Tem muita gente comprando a revista Politika só pra conferir se acha algum conhecido na lista dos fantasmas. Outros estão torcendo para não encontrar nome de parente.

Cheque Funeral –
O coordenador da Comissão de Combate à Improbidade, promotor Carlos Romero, considerou os indícios graves e preocupantes. “Mas é preciso cautela da nossa parte”.

O perdão e a inversão das coisas –
Pelo o que a direção do Sindifisco-PB vem divulgando em nota e a julgar pela fala ontem do vice-presidente do Sindicato, Roberto Bastos, daqui a pouco a culpa do Escândalo do Cuscuz será do jornalismo investigativo do Sistema Correio ou do atual secretário Rubens Aquino que desarquivou, para análise, a suspeitíssima operação.

Operação PSD –
Nos bastidores, há quem aposte que a migração do vice-governador Rômulo Gouveia do PSDB para o PSD é o começo de uma “jogada” de desmonte da candidatura a reeleição de Cícero Lucena ao Senado. Rômulo seria o candidato ao Senado da base do Governo.

A greve dos médicos –
Médico, o vereador Luiz Flávio (PSDB) considera que a proposta da Prefeitura atende as reivindicações da sua categoria em João Pessoa. Segundo Luiz, o fim do movimento depende de apenas alguns detalhes para o restabelecimento do atendimento na cidade.

Disposto –
O ex-secretário de Administração, Antônio Fernandes, se comprometeu com o Correio Debate (rádio) a falar hoje sobre o rumoroso caso dos defuntos e fantasmas da folha.

Culpa –
Ao repórter Roberto Targino, do MaisPB, o ex-líder do Governo Gervásio Maia transferiu para os diretores a culpa da existência de fantasmas nas escolas.

Terceirização  –
“Nós temos mais de mil escolas. Se algum diretor identificou pessoas que não trabalhavam e não avisou, a responsabilidade é dele”, teorizou Gervasinho.

Semestral –
O procurador geral de João Pessoa, Geilson Salomão, lança no dia 2 de junho a revista da procuradoria. Na edição de estréia, um artigo do ministro Gilmar Mendes, do STF.

Adeus –
“Eu fui totalmente escanteado”. Com esse desabafo o ex-deputado Expedito Pereira desafogou suas mágoas e anunciou desfiliação do PMDB. Ainda está sem destino.

Encontro –
Será que o prefeito Veneziano Vital (PMDB) aceitará o convite do governador Ricardo Coutinho e participará da plenária do Orçamento Democrático amanhã na cidade?

Precaução –
O PSB, segundo seu presidente municipal, Ronaldo Barbosa, pretende eleger sete vereadores. Por certo é pra evitar o “trabalho” de convencer aliados satélites.

Gostou do mote –
Depois de sugerir rodízio para “aliviar” o trânsito em João Pessoa, o vereador Geraldo Amorim (PDT) agora convoca um boicote ao transporte coletivo nesta sexta.

Só Deusdete sabe –
A sessão sobre a Cagepa será hoje, mas desde ontem o deputado Aníbal Marcolino (PSL) ensaia pergunta. Quer saber qual o critério do aumento de 17% na tarifa.

Pra anotar –
A próxima semana reserva novas emoções na renhida briga da Prefeitura de João Pessoa com a direção do Aeroclube. E no âmbito da Justiça. Previsão de trovoadas.

PINGO QUENTE –
“Não se descontrole mulher. Isso é feio pra nós”. Advertência da vereadora Sandra Marrocos (PSB) à colega
Eliza Virgínia (PPS), rival das brigas de todas as horas.


* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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