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Jornalista desde 2007 pela UFPB. Filho de Marizópolis, Sertão da Paraíba. Colunista, apresentador de rádio e TV. Contato com a Coluna: [email protected]

A fala de Cássio

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publicado em 25/05/2011 às 07h37

O ex-governador Cássio Cunha Lima é um expert em dizer o que pensa com uma sutileza capaz de despistar até o alvo a ser bombardeado. Quando, em entrevista a Luis Tôrres, declarou defesa à reeleição do prefeito de João Pessoa, Luciano Agra, Cássio, ao seu modo, “ameaçou” a candidatura própria do PSDB.

Mas, habilidoso como sempre, foi cuidadoso ao tratar do tema, alegando que sozinho não tem como barrar ou vetar a postulação do senador Cícero Lucena. Uma meia verdade. Em passado bem recente, ele atravessou deserto mais arenoso: sem mandato, dissolveu a candidatura ao Governo do presidente estadual da legenda.

Noutra linha, Cunha Lima manifestou intenção de lutar para que pelo menos Cícero Lucena não ceda o “sangue” tucano numa transfusão em prol do PMDB. Diz, em outras palavras, que não aceitaria o PSDB irrigando os projetos peemedebistas.

A priori, Cássio externou um texto ambíguo por expressar solidariedade ao PSB na disputa da Capital e posteriormente admitir não ter forças para repetir nos mesmos termos a aliança celebrada ano passado, dada as circunstâncias locais e atuais. O que convenhamos, é sim uma ambigüidade latente.

Como não dá “murro em ponta de faca”, Cássio pode ter mandado recado aos dois lados dessa moeda. O de que adotará a estratégia que a ocasião apontar como mais viável. Um ou outro passo do ex-governador dependerá muito dos acenos dos próprios interessados no processo. Quer ter seu tamanho reconhecido. Por quem quer seu voto.

Pra registrar –
Apesar de ter atingido a meta de 30 mil assinaturas, o vice-governador Rômulo Gouveia pediu mais empenho aos aliados. Quer chegar a 50 mil assinaturas em favor do PSD.

Fantasmas –
A empolgação do deputado Tião Gomes (PSL) pela CPI deu lugar a um discurso mais cauteloso. “Não pode ser a toque de caixa”. Confirma o que a coluna já previa.

A precipitação e o fiasco do impeachment  –
O impeachment de Agra foi arquivado porque a bancada governista é maioria. Certo? Não. O processo morreu porque os fatos elencados pela Oposição não sensibilizaram a sociedade. Tanto que esta não se mobilizou. Não dá pra escorraçar um gestor somente baseado em indícios, suspeitas ou no projeto de poder dos adversários.

Ele não desiste –
O líder da Oposição, Fernando Milanez (PMDB), segue a cruzada. Primeiro, reclamou de equívocos na tramitação do impeachment na Casa e depois anunciou recurso ao Judiciário. “Se não é para apurar as denúncias, então pode fechar a Câmara”.

A defesa do prefeito –
Bruno Farias (PPS), líder do Governo, foi didático na defesa. Lembrou que na denúncia do MP não se fala em direcionamento da licitação e frisou que não há qualquer recomendação do TCU contra a prorrogação do contrato com a SP Alimentação.

Normalidade –
Diferente de outros oposicionistas, o tucano Marcus Vinicius defendeu a legalidade do trâmite processual. “Durval foi correto. Não infringiu a lei e o processo legislativo”.

Água –
O governador Ricardo Coutinho conseguiu da ministra do Desenvolvimento Social, Thereza Campelo, a garantia de recursos para construção de 4.500 cisternas.

Abuso –
A distribuição de ônibus no período pré-eleitoral pode render remédio amargo ao ex-governador José Maranhão. O TRE decidiu ontem se aprofundar sobre a denúncia.

Bocão –
O presidente da Câmara de Santa Rita, Ednaldo Edelícia, virou “Jonas” na boca do colega Olavo de Baleia, autor de pesadas acusações de desvios de verbas na Casa.

Fatiado –
Segundo Olavo, a Mesa contabiliza um saldo mensal de cerca de R$ 170 mil. “O restante ele divide com um outro grupo de vereadores”. Um bolo grande.

Subindo o tom –
O secretário Waldson Souza perdeu a paciência ontem com o presidente do Simed, Tarcísio Campos. “Estamos pedindo bom senso a este camarada”. Pegou ar.

Plantão –
Waldson negou redução no valor dos plantões dos médicos do Trauma. Continua R$ 1 mil, valor estabelecido no Maranhão III. “A diferença é que esse Governo paga”.

Pela vida –
Independente da exacerbação da categoria, cabe ao Governo resolver o problema. E ponto final. O paciente, a grande vítima, é que não pode pagar com a vida.

Leite – O Governo ainda não explicou por que o leite do programa do cuscuz é de Pernambuco. Não custa esclarecer, apesar de quem bebe não está nem aí pra origem da vaca.

Insensatez –
Se não bastasse a falta de açougue, agora o prefeito Deusimar Guedes deixa as crianças de Aparecida andar 10 km a pé por falta de pagamento do transporte escolar.

PINGO QUENTE – “Tá faltando é coleta seletiva”. Do vereador Jorge Camilo (PT) sobre o estranho entupimento do esgoto da Câmara de João Pessoa.

 

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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