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Jornalista desde 2007 pela UFPB. Filho de Marizópolis, Sertão da Paraíba. Colunista, apresentador de rádio e TV. Contato com a Coluna: [email protected]

Seca no seco

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publicado em 01/04/2015 às 16h50
atualizado em 01/04/2015 às 14h27

Para ter mais autoridade quando cobra, com razão, ações e investimentos do Governo Federal de socorro aos estados nordestinos vítimas da seca, o governador da Paraíba, Ricardo Coutinho, deve antes fazer a parte que lhe cabe por aqui. E, pelo que se tem notícia, as ações estaduais são tão escassas quanto a chuva que teima em não cair.

Nos primeiros anos da gestão – coincidentes com o período da pior estiagem dos últimos 50 anos – Ricardo até apresentou programas nessa linha. O governo se mexeu para revitalizar poços, fez parcerias para construção de cisternas de placas e socorreu criadores de gado com a distribuição de palma.

Embora se registrem precipitações em algumas regiões, a seca não passou. Ela continua aí fazendo suas vítimas. Campina Grande, por exemplo, e mais 18 municípios do seu entorno vivem um pesado racionamento que não tem data para acabar, vide a crítica situação do Açude Boqueirão, minguando 20% de sua capacidade, só pra ficar nesse e não gastar tinta trazendo à baila os enredos de outros municípios.

Bem ou mal, a Paraíba tinha até pouco a Companhia do Desenvolvimento dos Recursos Minerais. Ela chegou a operar em sua carga máxima socorrendo e perfurando poços. Com o rebaixamento para diretoria da Secretaria de Infraestrutura, a CDRM entrou em sonolência e não se tem informação de um poço cavado esse ano na Paraíba.

Até onde a vista alcança, o muito que o Estado está fazendo é estimular a Frente Parlamentar da Água, capitaneada por um deputado da base governista, o bem intencionado socialista Jeová Campos. Afora, isso pouco ou quase nada se sabe de um programa ou esforço do governo para dar sua parcela de contribuição para minimização dos preocupantes efeitos do quadro de restrição hídrica.

Para ter eficácia e força para sensibilizar, de verdade, o discurso de Ricardo em Brasília precisa combinar com a prática na Paraíba. E vice e versa.

Velho… – Quando esteve com Dilma, Ricardo e os governadores do Nordeste pediram a agilização na liberação de verbas e reforço de programas emergências de convivência com a seca.

…Nordeste – Entre as prioridades, recursos para poços, carros-pipas e adutoras. Pleitos que demonstram que o Nordeste, em pleno 2015, ainda vive o drama de meio século atrás.

Mais embate – Ricardo e o senador Cássio Cunha Lima arranjaram novo mote para o confronto. O da vez é o Mais Médicos. Para o tucano, autor de decreto legislativo de reformulação, o programa é uma forma disfarçada de o governo brasileiro financiar o governo cubano. Para o socialista, a proposta não respeita a “existência humana”.

Batendo… – Apesar de ser fato de domínio geral da bancada governista, o deputado Inácio Falcão (PT do B) evita admitir publicamente estremecimentos na relação com o governo.

…Asas – A queixa de Inácio é contra a secretária Roberta Abath. “São comentários maldosos. Não sei de onde partiu isso”, sobrevoou Falcão, em contato com a Coluna.

Pra desenhar – Depois de seguidos manifestos, a reitora da UFPB, Margareth Formiga, ainda não sabe o real pleito dos estudantes. “Encaminhei uma comissão para que a gente saiba…”.

Nadando… – Deasfio de Lucélio Cartaxo, presidente da Companhia Docas: manter viável, em plena alta do dólar, um Porto (Cabedelo), cuja atividade principal é a de importação.

…Contra a maré – Lucélio participará de um encontro internacional de portos, na próxima semana, em São Paulo. A remada? Vender o potencial da Paraíba e prospectar novos negócios.

Revista – O PSDB pediu e o TSE deferiu: auditará 40 urnas eletrônicas usadas nas eleições de 2014 na Paraíba. A auditagem ainda não tem data, mas será aberta ao público.

Ponto – Nem o mais radical dos adversários pode desconhecer o acerto do prefeito Luciano Cartaxo, que autorizou, ontem, a revitalização da esquecida Praça da Independência.

Zoada – Com parcos três vereadores, a diminuta oposição na Câmara de João Pessoa vem conseguindo o milagre de fazer barulho pelos 24 aliados da bancada governista.

Paralisação – Na reunião com a categoria, Ricardo não cedeu um centímetro. Bateu o pé em 9%. Pretendendo 13%, os professores do Estado decidiram em assembleia pela greve.

Faltando lenha – Até as famosas bandas de forró estão sentindo os efeitos da crise. Gestores públicos pisaram no freio este ano nos valores e na contratação para o vindouro São João.

PINGO QUENTE – “O governo só tem o plano São Pedro”Do deputado Renato Gadelha (PSC), líder da oposição, criticando a ausência de um programa estadual para conter os efeitos da seca.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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