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Jornalista desde 2007 pela UFPB. Filho de Marizópolis, Sertão da Paraíba. Colunista, apresentador de rádio e TV. Contato com a Coluna: [email protected]

Rebeca

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publicado em 13/07/2011 às 08h36

Em Naor, Rebeca, filha de Betuel, irmã de Labão, era mais uma singela moça da Mesopotâmia. Até que um dia cruzou no caminho de Eliezer. O servo procurava esposa para Isaac, filho de Abraão, seu senhor. Exausto da viagem, parou junto a um poço com seus dez camelos e pediu a Deus que lhe mostrasse a escolhida.

Eis que surgiu Rebeca com cântaros em socorro do caminhante e seus animais. Mais do que água, a jovem adolescente ofereceu pousada na casa do pai ao viajante e pasto para os camelos famintos e cansados de esticada jornada. O dote de Rebeca, cozinheira exímia, foi caríssimo: camelos e um tesouro para o seu pai Betuel.

Isaac orava no campo quando viu ao longe o servo de seu pai e uma moça. Rebeca estava prestes a se encontrar com seu futuro esposo. Tão logo ouviu a narrativa de Eliezer, Isaac levou a jovem para sua tenda e a tomou por mulher. Mais tarde, ela viria a ser a mãe de Esaú e Jacó, dois emblemáticos personagens bíblicos.

Rebeca, a do bairro de Mangabeira, não teve a sorte de encontrar um bem intencionado Eliezer no seu caminho. A filha de dona Cristina deixou anteontem a casa dos pais numa manhã de chuva em direção à escola. Não chegou ao destino e nem foi levada a uma tenda. No deserto de Jacarapé, ela foi covardemente sacrificada.

A nossa menina não escreveu a história apoteótica de sua homônima da Bíblia. A vida de nossa Rebeca findou na página policial. Os pais terão que se conformar com as lembranças destes 15 anos, sem fotos do casamento da filha e nem netos para batizar.

Crueldade –
Antes de ser morta, Rebeca deve ter sido violentada. A Polícia identificou vestígios de sangue na calcinha da garota, o que só aumenta a dor da família.

Investigação –
O delegado do caso, Pedro Ivo, já apurou informações decisivas para a elucidação do crime, mas prefere guardá-las em sigilo, por enquanto.

Terreno, ligações e a Saladellas –
Depois de apresentar o resultado da “avaliação” do terreno da Acadepol, adiada por várias vezes, o presidente do Creci-PB, Rômulo Soares, almoçou ontem com o empresário Eduardo Carlos, do Grupo São Braz (TV Cabo Branco, Jornal da Paraíba e 101 FM), ex-dono do terreno do Geisel, desapropriado no Governo Cássio.

Coincidências? –
Ficou esquisito. O portal Politicapb antecipou no domingo. 70 por 8, alusão ao valor já sabido nos bastidores da avaliação, foi o título desta coluna, na segunda. A divulgação foi repentinamente adiada. Um dia depois, o novo valor: 71 (Acadepol) por 7 (Geisel).

Quem quer, pede –
Repito o que já foi ventilado na coluna. Se existem empresários interessados na construção de um shopping na cidade, o natural seria que estes manifestem de público o interesse e exijam do Governo o mesmo tratamento dado a Roberto Santiago.

No popular –
“Para o povo isso é prego batido e ponta virada”. Do governador Ricardo sobre a permuta da Acadepol. Vai ficar nas mãos da Assembleia.

Monitoramento –
Gente das altas rodas de João Pessoa pode rodar, como se diz na gíria popular. O Ministério Público está de olho em todos os passos.

Alvo fácil –
João Pessoa é o quinto destino mais procurado para lavagem de dinheiro do tráfico de drogas. A informação é do procurador José Raimundo.

Combate à corrupção –
Camila Colaris, do Departamento de Recebimento de Ativos do Ministério da Justiça, vê avanços no resgate dos valores desviados pela corrupção.

Irreversível –
Revelação do vereador Marcus Vinicius (PSDB). A candidatura de Cícero foi fechada em Brasília nas presenças de Cássio, Aécio e Sérgio Guerra.

Conselho –
No lançamento da nova linha do Empreender-JP, o prefeito Luciano Agra brincou com os servidores. “Não usem pra comprar roupa e calçado”.

Pousou –
Após turbulências, o vereador João Corujinha (PSDC) fez voo rasante no Palácio da Redenção e garantiu que continua no ninho do prefeito Agra.

Roubando a cena –
Com cheque gigante e banda de pífano, o vereador João Dantas (PTN) protestou ontem no TRE contra a demora no julgamento do Caso Maranata.

Troco I –
Já Veneziano distribuiu release criticando seus adversários pela antecipação das eleições e “iniciar um processo de críticas descabidas”.

Troco II –
“Pensam que vida inteligente só existia com eles. Por isso, nos subestimaram”, disse Veneziano, atacando a falta de reconhecimento dos rivais.

PINGO QUENTE – “Bom dia. Aliás, boa tarde a todos”. Do deputado João Gonçalves (PSDB), “emocionado” durante cerimônia ontem ao lado de Luciano Agra, no Centro Administrativo.

*Reprodução do Correio da Paraíba

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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