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Jornalista desde 2007 pela UFPB. Filho de Marizópolis, Sertão da Paraíba. Colunista, apresentador de rádio e TV. Contato com a Coluna: [email protected]

O que não morre no sinal

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publicado em 20/07/2011 às 08h56

“Eu eduquei minha filha a não consumir drogas e nem passar em sinal vermelho. Mas, infelizmente, não eduquei o assassino dela”. O plangente desabafo é do abnegado policial federal aposentado Deusimar Guedes.

Dedicado ao combate às drogas, Deusimar agora tem dentro de casa um dolorido motivo para continuar sua luta, muitas vezes solitária e deserta. Ele é o pai de Raíza (17), assassinada, juntamente com Ronaldo Soares (19), pela imprudência de um motorista embriagado por álcool e doses de desrespeito ao próximo.

De profissional empenhado pela causa que abraçou desde os primórdios de sua carreira, Deusimar passou desde sábado a viver o outro lado dessa guerra em favor da sobriedade e entrou na lista enlutada das vítimas do consumo irresponsável das drogas.

Qualquer ser humano deve imaginar o impacto da morte de uma filha ainda no desabrochar da juventude. Por isso também qualquer um de nós acharia perfeitamente natural um pai mergulhar na tristeza ao ponto de perder suas forças por um bom tempo.

Mas três dias depois da tragédia, o pai de Raíza entra no estúdio do Correio Debate (rádio) e irradia uma comovente lição. Ao invés de só chorar o vazio da perda, Deusimar fica de pé para seguir em frente na sua jornada.

E a cada flash da cena na Epitácio, ele arranjará forças para propagar sua voz em defesa da vida, mesmo sabendo que o esforço de todo currículo profissional não foi suficiente para barrar no sinal vermelho a violência que calou sua jovem menina.

Correção –
O superintendente do Detran, Rodrigo Carvalho, retifica informação veiculada ontem na coluna sobre o déficit de pessoal do órgão para fiscalizar a Lei Seca.

Concurso –
“Existem 60 vagas de agentes criadas desde 2008. Vamos fazer o concurso para esses e outros cargos visando aumentar a fiscalização”, informa o superintendente.

Mais rigor contra a irresponsabilidade –
“Por que a fiscalização dos órgãos de trânsito não elege as redondezas das casas de shows, bares e restaurantes de João Pessoa, de onde os filhinhos de papai saem bêbados com seus carrões”. Pergunta de Nina Ramalho, filha de Antônio, prima de Matheus e sobrinha de Chuca, vítimas fatais do acidente na Epitácio, em maio de 2007.

O tamanho da nossa mentalidade –
É triste, mas é a verdade. Enquanto 19 mil pessoas estão desabrigadas ou desalojadas, vítimas das chuvas na Paraíba, o cidadão ainda tem que agüentar sessões de politicagem, mesquinharia e discussões improdutivas, quando o momento exige união.

Pauta equivocada –
Em Rio Tinto, os moradores pedem roupas. Em Santa Rita e Bayeux quem pode não encontra água nos mercadinhos. Em Salgado de São Félix, as vítimas escapam na casa de parentes. Na Assembléia, os deputados se afogam na enchente da mediocridade

Gazeteiros –
“Eu não concordo com isso”. Censura do deputado João Gonçalves (PSDB) aos oito deputados ausentes na volta do recesso na Assembléia.

Pauta –
Em tempo, o presidente da Casa, Ricardo Marcelo, defendeu a construção colegiada de uma agenda positiva dos debates do Poder Legislativo.

In loco –
Aliás, Ricardo Marcelo é o primeiro a deixar exemplo. No recesso, foi visto com freqüência inspecionando as obras de reforma da Assembléia.

Parceria –
O vereador Durval Ferreira (PP) colocou a TV Câmara à disposição da secretária Roseana Meira para difundir material de combate à dengue.

Descumprindo –
O Tribunal de Justiça ainda não tem data para adotar resolução do CNJ, que obriga o órgão a divulgar o balanço da produtividade dos juízes.

Comparação –
Do deputado Raniery Paulino (PMDB). “Ricardo esqueceu que quando deputado votou contra a liberação da instalação do Moinho Dias Branco”.

Apelo –
Após ouvir alguns discursos de oposicionistas na tribuna, o líder Hervázio Bezerra (PSDB) ponderou. “Não é preciso baixar o nível do debate”.

No Senado –
O senador Wilson Santiago (PMDB) voltou a defender a Zona Franca do Semiárido, “Assim como a seca, a chuva torrencial interrompe a produção”.

Osso duro –
Indiferente ao desejo do governador ter Adriano Galdino na presidência da CCJ, o deputado João Henrique (DEM) avisa: “Não abro mão”.

Cidadania –
Os ouvintes do Balanço Geral (18h – Correio FM) vão fiscalizar o trânsito registrando flagrantes. A campanha está no twitter @anjosdavida_pb.

PINGO QUENTE – “Se for preciso, eu vou pro braço”. Do deputado Toinho do Sopão (PTN) mandando recado para agentes da Sedurb e reeditando o estilo Padre Adelino, que prometeu faca no bucho dos “bombados”.

*Reprodução do Correio da Paraíba

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