A posição interna do ex-presidente Lula é sábia. Somente o reconhecimento e admissibilidade dos erros de condução podem livrar sua sucessora e presidente Dilma do crescente movimento de descrédito, insatisfação e revolta de parcela significativa da população brasileira contra o seu governo ou desgoverno, para alguns.

Enquanto Dilma e setores do PT continuarem fazendo cara de paisagem, como se nada tivessem com o emaranhado de desvios constatados na Petrobrás para irrigar o projeto de poder do partido, dificilmente a sangria em torno de sua gestão estancará. A tendência, pelo contrário, é de hemorragia.

A tentativa de atribuir as descobertas dos desmandos à ‘autonomia’ concedida por este governo à PF e Ministério Público só aplaca as mentes e corações de militantes apaixonados pela causa petista. Não dá pra levar a sério reduzir o avanço das instituições do País a mérito justamente de quem é pego com a mão na botija.

Desviar-se do enfrentamento do debate simplificando uma questão tão séria, complexa e vergonhosa à exumação dos podres do PSDB, também não vale muito. O Brasil está muito acima dessa polarização histérica de PT e PSDB e repudia a corrupção do passado e a roubalheira do presente. Cada qual no seu quadrado.

Insuflar e estimular essa débil divisão do Brasil entre bem e mal em nada ajuda a recuperação da presidente. Desde o saldo da eleição, o País já está rachado. Continuar aprofundando essa trinca, pouco contribuirá com a cicatrização da ferida aberta. Mais do que nunca, o Brasil precisa de um grande esforço de união nacional.

E um bom passo na virada dessa página começaria com um gesto de humildade para assumir as falhas e omissões e uma dose de franqueza para cortar na carne dos malfeitores do seu próprio partido, aqueles que agiram para vitaminar a estratégia financeira que colaborou na reeleição.

O que só é possível fazer com peito e alma lavada se a presidente realmente for vítima da captação criminosa de recursos públicos que abasteceram as campanhas dela e de aliados. E não beneficiária direta.

Obras de… – Internamente, o prefeito Luciano Cartaxo já decidiu com sua equipe. Quer encerrar o verão com um cronograma de obras e ações a serem entregues em João Pessoa.

 …Março – Cartaxo determinou esforço e agilidade total na execução de intervenções em curso na Prefeitura. Para as obras de maior envergadura, a recomendação é a mesma: pressa.

Bastidores do ‘sim’ – Presidente da CPI da Petrobrás, o deputado Hugo Motta (PMDB) estava na escaldante Patos, sua terra natal, quando recebeu o convite para a abrasiva missão que pode decidir o destino de Dilma. Ao telefone, o líder do seu partido, Leonardo Picciani (RJ). Do outro lado da linha, Motta topou no ato. Só depois comunicou à família.

Choque – O deputado Damião Feliciano (PDT) recebeu fora da Paraíba a notícia da execução do radialista Ivanildo Viana, um de seus assessores. Ficou surpreso e muito abatido.

Supremacia – Deputados indicados definem nesta segunda-feira, à tarde, o comando das comissões de Constituição e Justiça e de Orçamento. O governo formou a maioria nas duas.

Seguindo – A conversa entre Cartaxo e Romero Rodrigues surtiu. Um dia depois, a Prefeitura de Campina Grande anunciou também a revisão dos espaços de outdoors e painéis de led.

Amortecedor – O aumento da passagem em Campina passou imperceptível. Em boa parte pela habilidade como Marcos Alfredo, coordenador de Comunicação, pilotou o tema.

Indexado – Em que pese o desejo dos articuladores do governo para engrossar a maioria, o nome do deputado Jutahy Menezes (PRB) tem veto pessoal do governador para conversações.

Carrinho – “Desde Tancredo, ele [o PMDB] não teve condições de eleger um presidente da República”. Do presidente estadual do PT, Charlinton Machado, sobre o ‘parceiro’.

Cortejo – Vice-presidente, Arthur Cunha Lima entregou em mãos, na Granja Santana, convite ao governador Ricardo Coutinho para sua posse na presidência do TCE, dia 13 de março.

Indefinido – Sem mandato, o ex-deputado Guilherme Almeida (PSC) ainda não tem destino certo na Prefeitura de Campina Grande, onde foi recentemente secretário de Agricultura.

Batida do bumbo – Escolhido coordenador do Maior São João do Mundo, Temístocles Cabral admite: “A captação será nosso maior desafio”. A saída é correr atrás dos recursos privados.

Pergunta-se – Qual será o tamanho do Circuito do Forró de 2015, evento criado em 2014 pelo Governo do Estado sob a justificativa de “fortalecer” o São João de Campina Grande?

PINGO QUENTE

“Eu só converso às claras, em ambiente público”. Do deputado João Henrique (DEM), ainda da oposição, ditando as condições para dialogar com o governo sobre adesão.

*Reprodução do Jornal Correio da Paraíba.

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