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Jornalista desde 2007 pela UFPB. Filho de Marizópolis, Sertão da Paraíba. Colunista, apresentador de rádio e TV. Contato com a Coluna: [email protected]

Baque

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publicado em 03/08/2011 às 08h41

Nem mesmo o líder da Oposição, André Gadelha, se esforçou para contestar o fulminante laudo apresentado ontem na Assembléia pelo deputado socialista Adriano Galdino. Simplesmente porque não há palavras, argumentos ou esperneio que consigam desmoralizar um documento chancelado pelo próprio Governo do qual se fez parte.

De acordo com o laudo exarado por uma equipe de engenheiros da Cehap, o terreno da tão acirrada polêmica permuta vale menos que R$ 5 milhões, R$ 4.720
milhões, mais precisamente. Detalhe: a avaliação foi feita pelo Governo Maranhão III, portanto, merece o crédito pelo menos dos deputados maranhistas.
A cifra passa muito distante dos R$ 130 milhões aventados inicialmente pela direção do Creci, valor que caiu para R$ 71 milhões em intervalo inferior a um mês,
após análise “mais apurada” do Conselho dos Corretores de Imóveis da Paraíba.

A divulgação chega ao cenário com potencial considerável, porque o primeiro mote argüido pelos oposicionistas se deu em torno do suposto estratosférico valor do terreno da Acadepol em relação ao terreno do Geisel, objeto da permuta, e os presumíveis prejuízos da operação para os cofres do Estado. Tese que já caiu por terra.

Com o fato novo, a bancada oposicionista terá que escolher entre se curvar, baixar a bola e debater o assunto sem tanto radicalismo ou partir para descredenciar um documento nascido nas próprias entranhas. Independente de qual será a saída dessa sinuca de bico, a Oposição já não tem mais como ir à tribuna com a mesma tenacidade.

Proposta –
O ex-líder do Maranhão III, Gervásio Filho, admitiu que o Governo passado chegou a ser sondado por empresários interessados no terreno.

Perguntinhas – Por que o Governo da época não publicizou o assunto? Qual foi o grupo que namorou a Acadepol? Por que o laudo saiu no final do 2º turno?

Socorro Gadelha explica laudo –
A ex-presidente da Cehap, Socorro Gadelha, confirma a existência de um processo de avaliação. Segundo ela, a tramitação foi iniciada ainda na gestão de Carlos Mangueira. A operação tinha como fim a regularização do terreno (de propriedade do Ipep) para posterior doação efetiva à Acadepol. “Era para regularizar”.

Permuta interna – Socorro garante ter recebido ofício do então secretário de Segurança, Gustavo Gominho, pedindo a oficialização da transferência de propriedade. Gominho, informa Socorro, queria conseguir recursos federais para reforma do imóvel.

Fácil de entender, difícil de explicar – Em contato com a coluna, a ex-presidente garante não ter tomado conhecimento de nenhum estudo da gestão passada para negociação com a iniciativa privada, porém, não explicou porque o laudo foi assinado no segundo turno de 2010.

Silêncio
Considerando verdadeira a versão de Socorro, por que o Governo Maranhão III manteve em sigilo absoluto esse processo de regularização?

Validando –
“Nós vamos sim levar esse documento também em consideração”. Ponderação do próprio líder da Oposição, André Gadelha, sobre o laudo.

Em falta –
Sem laudos e certidões prometidas pelo Governo, a Comissão de Orçamento da Assembléia ainda não marcou a data da votação do projeto.

Na rede –
Um acordo com o PMDB manterá a Secretaria Federal da Pesca no anzol do deputado Anísio Maia. É o que o próprio petista informa à coluna.

Enchentes –
O deputado Wilson Filho (PMDB) apresentou relatório favorável à MP que autoriza o MEC a destinar R$ 74 milhões para reconstrução de escolas.

Mão-de-obra –
O senador Vital Filho (PMDB) defende que o Governo Federal intensifique a expansão das escolas técnicas no país. “É uma questão de cidadania”.

Baixando o fogo –
O líder da Oposição na Câmara pessoense, Fernando Milanez (PMDB), apagou a brasa do churrasco anunciado pelo vereador Tavinho Santos (PTB).

Veto –
“Eu não me passaria por isso. Não posso levar o assunto na chacota até porque a denúncia é séria”, censurou Milanez, repudiando a idéia.

Passou do ponto –
Aproveitando o desencontro, o líder do Governo, Bruno Farias (PPS), foi logo no cru. “Eles desistiram porque a carne era muito indigesta”.

Deu negativo –
A polícia divulga hoje o resultado do material genético colhido no Maníaco de João Pessoa e no corpo de Rebeca, estuprada e morta mês passado.

PINGO QUENTE – “Não posso fumar o cachimbo da paz com quem me apunhala”. Do deputado Márcio Roberto (PMDB) descartando qualquer chance de perdão ao seu algoz Gervásio Maia Filho (PMDB).

*Reprodução do Jornal Correio da Paraíba

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