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Incógnita

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publicado em 27/02/2015 às 15h46

Terça-feira, 24. Em uma rodovia no norte do Paraná, um grupo de caminhoneiros entoa o Hino Nacional para “acordar o gigante adormecido”, enquanto esbraveja contra o governo Dilma.

O ato, que se desdobra em mais treze estados e paralisa a logística do País, foi registrado em vídeo e inserido nas redes sociais. Nele, os caminhoneiros sobem o tom da crítica:

– Governo corrupto, comunista; governo podre e covarde!

Na mesma terça, na recepção do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, o ex-ministro Guido Mantega é expulso, aos berros, por pacientes que aguardavam atendimento.

– Vai procurar o SUS, o Mais Médicos!

Tudo – obviamente – foi registrado e visibilizado na internet. E – obviedade das obviedades – os vídeos viraram febre, com milhares de downloads.

Assisti-los, porém, amplifica meu temor particular.

Onde essa onda de protesto, embalada pelo ódio, vai arrebentar? Que Brasil teremos ao final de toda essa ressaca política?

Não se trata, sem dúvidas, de uma marola – como aquela que o antecessor de Dilma previu. A onda mansa enfrentada por Lula ganhou caldo e explode, agora, com a energia de um tsunami – devassando a era PT e a gestão da presidenta.

O País parece ter perdido a paciência. E nem subtrai, dessa fatura, o fato de estarmos há pouco menos de dois meses iniciando o Dilma II.

Não se coloca na balança, também, o fato de que as medidas indigestas são corretivas e precisariam ser aplicadas independentemente do ocupante do Palácio do Planalto. Até o ministro da economia de Aécio poderia ser, muito provavelmente, o mesmo.

A reação popular – não se sabe se espontânea ou manipulada (e por quem) – parece fora de controle. E com justa causa: a inflação estourou, faz tempo, o teto da meta; no âmbito empresarial prevalece o descrédito; o dólar esta disparado e o PIB estagnado.

Mas, reza a lenda, que nada é tão ruim que não possa piorar. E convulsões sociais são indomáveis e imprevisíveis – colocando em xeque, até, os pilares basilares da república.

Todos os nossos eixos balançam.

O que nos traz de volta a questão original: o que está por vir?

*Reprodução do Correio da Paraíba.

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