João Pessoa, 10 de outubro de 2014 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
A sabedoria popular diz que política, futebol e religião não se discute. Mas basta uma espiada no Facebook em época de eleições ou noite de jogo para saber que, pelo menos nas redes sociais, a máxima não é levada a sério.
Alguns cuidados, contudo, são necessários quando o profissional resolve se manifestar nas redes, ainda mais sobre temas polêmicos como esses. Um vacilo pode chegar aos ouvidos de um recrutador ou do seu chefe e provocar até demissão por justa causa.
"Muitos esquecem que tem gente lendo o que eles escrevem na internet", diz André Miotto, consultor de gestão empresarial da AMX Gestão Integrada. "Não se separa mais o profissional do seu perfil nas redes sociais – é tudo a mesma coisa."
Um dos vacilos que podem prejudicar o profissional é defender opiniões extremistas.
"Manifestar pontos de vista é natural", diz Irina Bezzan, CEO da empresa de consultoria e recrutamento Genter. "Mas, quando as opiniões são agressivas, até mesmo incitando a violência, a empresa pode achar que o profissional tende a reagir mal sob pressão e atrapalhar as relações de trabalho."
São exemplos de comportamentos agressivos xingar partidos políticos, candidatos a cargos públicos e torcidas de times rivais, além de agir com preconceito contra qualquer grupo social.
"Praticar discriminação na internet pode motivar até demissão por justa causa, se a empresa for prejudicada pelo conteúdo postado", diz o especialista em direito do trabalho José Daniel Gatti Vergara, da Mesquita Barros Advogados.
O prejuízo pode ser, por exemplo, a perda de um cliente pertencente ao grupo social que foi alvo do preconceito.
Não há, porém, critério legal para determinar se a manifestação do profissional nas redes está dentro da sua liberdade de expressão, um direito garantido pela Constituição, ou se passou a ferir a imagem da empresa, segundo Vergara. "A Justiça analisa cada caso separadamente", diz.
Uol
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