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Jornalista desde 2007 pela UFPB. Filho de Marizópolis, Sertão da Paraíba. Colunista, apresentador de rádio e TV. Contato com a Coluna: [email protected]

Projeção

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publicado em 26/02/2015 às 08h45

O assunto não é novo. Já foi abordado aqui, porém antes se era uma estratégia política interna, passou a ganhar contornos de esforços públicos e sem segredo algum. A consolidação nacional do nome do governador Ricardo Coutinho é um projeto tido como viável entre o primeiro time dos socialistas paraibanos, determinado a fazê-lo um trunfo político além das divisas tabajaras.

A viabilidade, segundo a ótica girassol, consiste no vácuo aberto na região Nordeste com a morte do ex-governador Eduardo Campos, o declínio dos Sarney, a má-fama dos Calheiros e o estilo “nem fede, nem cheira” do ex-governador Jaques Wagner, do importante e turbinado estado da Bahia.

Há a compreensão de um espaço a ser ocupado por um nome com gene de esquerda e protagonista de um governo com perfil ‘diferente’ da tradicional política nordestina. A gestão de Ricardo – raciocina-se entre seus conselheiros –situa-se acima da média dos seus colegas de região com políticas de inclusão, tipo Empreender, de participação, via Orçamento Democrático, além de dados do crescimento industrial.

Mas, no trabalho para alavancar sua imagem, Ricardo também faz o dever político de casa. Não por acaso, voltou a tomar para si a defesa de Dilma, no epicentro do furacão da crise da Petrobrás. Alcunhou o impeachment de golpe e cabala os demais governadores da região para audiência em que se afirmará o apoio institucional tão caro e necessário à sustentação da presidente no cargo, em tempos de turbulência.

A posição mira a cena nacional, sem deixar de ter suas motivações bem locais. Nada mais inteligente para Ricardo do que adotar posição frontalmente oposta ao seu maior adversário no Estado, Cássio Cunha Lima, integrante da elite política que acunha a petista em ataques, cobranças nas tribunas da Câmara e do Senado e até já fala em cassação. Na defesa de Dilma, Ricardo age, também, na desconstrução da plataforma que dá holofote e mídia a Cássio. É atirar em dois coelhos com uma só cajadada.

*Reprodução do Jornal Correio da Paraíba.

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