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Jornalista desde 2007 pela UFPB. Filho de Marizópolis, Sertão da Paraíba. Colunista, apresentador de rádio e TV. Contato com a Coluna: [email protected]

Hora de virar a página

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publicado em 25/08/2011 às 08h21

A Oposição cumpriu seu papel. É verdade que exagerou em muitas ocasiões e adotou vários discursos, à medida que alguns argumentos iam se esvaindo. Em dado momento, ficou numa sinuca de bico, mas não se deu por vencida até o fim.

Se esticou demais a corda, conseguiu ao menos a salutar conquista de aprofundar o debate e até de possibilitar ao cidadão conhecer com mais detalhes a operação finalmente carimbada pela maioria dos deputados da Assembléia Legislativa.

O bloco oposicionista exigiu transparência. Conseguiu. O Governo encaminhou à Assembléia todos os laudos das respeitadas e insuspeitas Caixa Econômica, CVI e Suplan. Depois, mirou na suposta “ilegalidade” apontando a licitação como o único instrumento legal, o que o presente e o passado mostraram não ser verdadeiro.

Mesmo com a garantia do Governo e do empresário Roberto Santiago, os deputados contrários à permuta temem que shopping nenhum seja construído em Mangabeira. Ontem, o próprio Ricardo avisou: mesmo com a permuta já avalizada pelo Legislativo, a troca só será efetivada com a edificação do empreendimento.

A partir de hoje não há vencidos e nem vencedores. O que há é a perspectiva de investimentos na sofrível segurança e a projeção de 2.500 empregos. Por isso, o mais prudente à Oposição é aguardar, ao invés de manter a radicalização na Justiça. Se não houver nova Acadepol, IPC, IML e novo shopping, o povo jamais perdoará Ricardo. Mas se todo o prometido virar realidade restará reconhecer o mérito do Governo.

Por enquanto –
Diante das ameaças de demandas judiciais contra a permuta, o empresário Roberto Santiago foi orientado pela sua assessoria jurídica a não conceder entrevistas.

Comemoração –
Desde que a permuta foi aprovada, Santiago recebeu dezenas de ligações. Festejou o êxito da operação ao lado de assessores e funcionários do Manaíra Shopping.

A demora da votação e o repúdio de Ricardo –
“Os resultados virão com o tempo”, disse o governador Ricardo sobre a aprovação da permuta, porém, lamentando o comportamento da Oposição. “Durante três meses tentaram negar à Paraíba um investimento de R$ 200 milhões só pra ser oposição”.
Fui oposição doze anos, mas nunca tive uma postura dessa”, repudiou.

A Cruz –
Nota do porta-voz, Vítor Ferreira, reafirma que a Cruz Vermelha Nacional designou a Cruz Vermelha do Rio Grande do Sul para habilitar-se como Organização Social em qualquer parte do país, com o apoio direto e suporte técnico das demais representações.

E a espada –
Ao final da nota, avisa com todas as letras: “As falsas acusações imputadas à Cruz Vermelha pelo fato de a Instituição ter assumido a gestão de Unidades Públicas de Saúde serão tratadas judicialmente posto que caluniosas, injuriosas e difamantes”.

Perdidas –
Na votação da emenda (derrotada) de Janduhy, as deputadas novatas Léa Toscano, Gilma Germano e Eva Gouveia não sabiam se levantavam ou sentavam.

Trapalhão –
O deputado Toinho do Sopão (PTN) pediu mil desculpas por ter se abestalhado e votado “contra” a permuta. Alegou que o barulho atrapalhou seu hábil raciocínio.

Vingança –
Janduhy Carneiro (PPS), que jurou voto em Adriano Galdino (PSB), admitiu: o coice no olho do Governo na CCJ foi em retaliação aos “pleitos” não atendidos.

É pra rir –
Irônico, o deputado Aníbal Marcolino (PSL) saudou a vitória de Janduhy na CCJ. “Estou satisfeito pela escolha do deputado Janduhy na Comissão”.

Ou pra chorar –
Foi duramente repreendido pelo deputado Edmilson Soares (PSB). “Você está satisfeito nada. Você veio aqui (tribuna) fazer chacota do nosso sofrimento”.

Efeito colateral –
Pré-candidato a prefeito, o deputado Manoel Júnior pisa em terreno perigoso ao se candidatar a barrar na Justiça a construção do Mangabeira Shopping.

De quem? –
Nenhum telespectador entendeu o riso do deputado Gervásio Filho (PMDB) captado pelas câmeras da TV Assembléia, logo após a derrota da oposição.

Culpa da metáfora –
Bastou o vereador Davi Cassimiro, na tribuna, anunciar “chumbo grosso” para a prefeita de Alagoinha, Alcione Beltrão, logo se sentir ameaçada. De morte.

Pesar –
O deputado Branco Mendes (DEM) registrou a perda do empresário José Nilson Crispim. “Ele ergueu uma das empresas mais importantes do país”.

Qual é o tom? –
O PMDB volta a se reunir amanhã, em João Pessoa, para discutir o destino dos infiéis e as eleições 2012. Ninguém sabe se dessa vez haverá grito ou miado.

PINGO QUENTE –
“O PMDB tem que ficar na Oposição nem que seja a pão e água”. Do vereador pessoense Mangueira, para quem deputado peemedebista tem que conter a fome de poder e se manter bem longe do banquete do Governo.

*Reprodução do Jornal Correio da Paraíba
 

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