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NO RECIFE

Membro de ONG é um dos presos por pedofilia durante operação policial

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publicado em 17/10/2014 às 09h10

Um jovem de 21 anos que trabalhava como educador social em uma organização não-governamental (ONG) que atende crianças em Olinda está entre os presos pela operação Dark Net, contra pedofilia, da Polícia Federal. Os detalhes da prisão em Pernambuco foram divulgados nesta sexta (17), no Recife. A detenção ocorreu durante a operação Darknet, de combate à pedofilia na internet. Em todo o país, a ação prendeu 53 pessoas.

A prisão aconteceu no bairro de Jardim Atlântico. Os peritos criminais federais encontraram milhares de vídeos e fotos de crianças sendo abusadas sexualmente. Foram apreendidos dois discos rígidos do suspeito, que foi autuado em flagrante por possuir ou armazenar fotografia, vídeo ou outra forma de registro que contenha cena de sexo explícito ou pornografia envolvendo criança ou adolescente. Se condenado, ele pode pegar de 1 a 4 anos de reclusão.

Segundo a PF, o suspeito afirmou em depoimento que trabalha em um programa para crianças em vulnerabilidade social. Ele teria confessado ainda que percebeu, aos 12 anos, o interesse sexual por crianças. "Aos 16 anos ele procurou ajuda, mas como não tinha dinheiro para pagar psicólogo, ele desistiu do tratamento", explica o chefe da Comunicação Social da PF, Giovani Santoro.

Apesar de ter afirmado que nunca abusou de crianças ou produziu material pornográfico, o jovem confessou que tentou ter relações com um menino da comunidade em que mora. "Junto do vizinho dele, tinha uma criança de oito anos que ele estava tentando ter relações sexuais, mas ele não teve êxito. É impressionante de ver um educador social, uma pessoa que cuida de crianças como profissão, ter uma atitude como essa", afirma Santoro. O suspeito foi encaminhado para o Centro de Triagem (Cotel), em Abreu e Lima.

Operação Darknet

A superintendência da Polícia Federal no Rio Grande do Sul coordenou a operação por 44 unidades da PF e envolveu 500 agentes. O objetivo com as buscas é confirmar a identidade dos suspeitos e buscar elementos que comprovem os crimes de armazenamento e divulgação de imagens, além de abuso sexual de crianças e adolescentes.

A investigação ocorreu através do rastreamento de pornografia infantil na chamada deep web, espaço da internet que não é acessado pelo usuário convencional e cujo conteúdo não aparece em sites de busca. Para chegar até ela, é necessário ter um programa que torna a navegação anônima, o que impede a identificação de quem manda e recebe dados da internet.

Através de metodologia de investigação própria e ferramentas desenvolvidas, os policias federais conseguiram identificar mais de 90 usuários que compartilhavam pornografia infantil. Segundo a PF, apenas as polícias norte-americana e inglesa, FBI e Scotland Yard, haviam realizado este tipo de trabalho.

Segundo a Polícia Federal, no decorrer da investigação, pelo menos seis crianças foram resgatadas de situações de abuso ou do iminente estupro, em Minas Gerais, Goiás e São Paulo. Em um dos casos, em Uberlândia (MG), o marido de uma mulher grávida de sete meses relatava que iria abusar da filha depois que ela nascesse. Nesses episódios, policiais federais agiram e evitaram que as crianças permanecessem ou se tornasse vítimas, prendendo outros três investigados.

A Operação DarkNet é resultado de um ano de investigações. Mais de 14 endereços IP (sigla para "Internet Protocol", espécie de endereço virtual) foram analisados.

Como denunciar

A Polícia Federal orienta pais a tomarem cuidado com possíveis investidas de pedófilos na internet contra seus filhos e observarem os comportamentos das crianças. Denúncias podem ser feitas por meio do site do órgão ou pelo Disque 100.

G1

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