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Jornalista desde 2007 pela UFPB. Filho de Marizópolis, Sertão da Paraíba. Colunista, apresentador de rádio e TV. Contato com a Coluna: [email protected]

Pelo fim da baderna

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publicado em 15/09/2011 às 10h20

No lugar de sessão para discutir os assuntos de interesse popular, a Câmara de João Pessoa tem sido palco de sessões de pancadaria, quebra-quebra, depredação do patrimônio público e conflitos que poderiam ser plenamente evitados.

A manifestação contrária ao projeto de qualificação de organizações sociais pela Prefeitura de João Pessoa, prestes a ser votado, é válida. Ora, o Supremo não condenou nem a liberdade de se marchar pela tresloucada liberação da maconha.

Quem não concorda pode e deve expressar repúdio e indignação. Mas toda revolta não justifica a ultrapassagem dos limites do bom senso. O que se tem visto nestes dias na Câmara está mais para baderna do que para legítimos protestos.

A sociedade que se indigna com desvios de conduta da gestão pública e tem coragem de contestar políticas equivocadas dos governantes é a mesma que também repudia os excessos e atos truculentos de quem opta pela atuação marginal à lei.

Os segmentos organizados que estão quebrando as portas da Câmara, sob argumento contrário ao que deseja o Governo Agra, só não estão mais errados porque os próprios vereadores estão dando margem aos acusadores da falta de debate.

Seria mais prudente e até republicano, para usar termo da moda, abrir a discussão para outros grupos sociais. Quem sabe até os oponentes ao projeto se convencessem que a medida é boa. Depois de se sentirem incluídos no debate, só restaria aos manifestantes respeitar a decisão final, prerrogativa dos vereadores.

Debate –
O vereador Tavinho Santos (PTB) voltou a sugerir ontem a realização de uma audiência pública para possibilitar a inclusão de setores sociais na discussão do projeto.

Repúdio –
Para o petebista, sua proposta em nada prejudicaria a administração pública, porém registrou não concordância com atos de vandalismo e agressões ao Legislativo.

Durval garante espaço, mas não admite baderna –
Sóbria a nota distribuída pelo presidente da Câmara. Durval Ferreira disse que mantém o Poder aberto para qualquer cidadão que deseje contribuir com os debates legislativos. “Entretanto, não posso admitir qualquer agressão física ou verbal contra servidor, vereador, visitante, ou cidadão que esteja no recinto deste Poder Legislativo…”.

Providências e apuração dos fatos –
“… Não podemos admitir que reivindicações populares legítimas culminem em danos ao patrimônio público e situação de insegurança aos servidores, vereadores e cidadãos. Os fatos serão cuidadosamente apurados”, avisa Durval Ferreira, em sua nota.

Rômulo, serenidade e paciência –
A sabedoria consiste também em silenciar, mesmo quando todas as vozes recomendam o grito. Sabiamente, o vice Rômulo Gouveia recorreu à ponderação, quando a tendência seria dos ataques ao Tribunal. “Quem deve julgar é a sociedade”, frisou Gouveia.

 
Relaxado –
O prefeito Veneziano Vital (PMDB) amanheceu concedendo entrevistas. Ao Correio Debate (rádio) disse que o “direito não se faz por suposições”.

Depuração –
Veneziano confessou ao seu círculo íntimo que aproveitou os “dias de cão” para fazer uma lista dividindo os verdadeiros dos amigos circunstanciais.

Revolta –
O advogado José Mariz extravasou a irresignação e prometeu acionar o juiz Márcio Accioly no CNJ. “Muitas coisas estranhas aconteceram no TRE”.

Ironia –
Já Carlos Fábio Ismael, da defesa de Veneziano, esnobou do colega de contenda jurídica. “A Justiça foi feita. O direito de espernear cabe a eles”.

Estratégia definida –
Ao vereador Fernando Milanez (PMDB), Maranhão garantiu se candidatar a prefeito e deixou escapar aonde quer chegar: “A gente não pode se dividir”.


São Paulo vai –

Enquanto ortodoxos da Oposição criticam a viagem do governador Ricardo a Cuba, a Fiesp também organiza missão de empresários ao país de Fidel.

Armação –
“Esse tipo de ação tem planejamento e mandante”. Do prefeito Luciano Agra (PSB) enxergando pano político nas ações criminosas contra as escolas.

Vai pra cima –
Em visita as escolas ameaçadas, o socialista avisou que quem busca estabelecer um clima de terrorismo contra a gestão municipal não vai conseguir.

Alívio geral –
Acertada a decisão do Governo de recontratar o Banco do Brasil para gerir a folha de pessoal do Estado. Cansado de mudanças, o servidor agradece.

Passe livre –
O secretário Waldson Souza não vê problemas de uma CPI para investigar o Trauma, inclusive no Maranhão III. “Nossa gestão está incomodando muito”.

PINGO QUENTE “Isso é uma conversa fiada”. Do deputado Gervásio Filho (PMDB), opondo-se à abertura da CPI do Trauma, alegando falta de substância, apesar de ser o autor da hilária CPI do Outdoor.

*Reprodução do Jornal Correio da Paraíba

 

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