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Formada pela Universidade Federal da Paraíba, Alessandra Torres é apresentadora do Jornal da Correio, da TV Correio/Record, e do programa Balanço Geral, da 98 FM, de João Pessoa.

Memória e Gratidão

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publicado em 06/02/2015 às 09h52
atualizado em 06/02/2015 às 08h18

Uma memória prodigiosa! Quem nunca desejou ou ainda deseja? Eu sempre que posso exercito a minha de várias formas, buscando em fotos, lembretes, anotações de rodapé, de todas as maneiras que encontro para lembrar e, principalmente, relembrar momentos fantásticos, tristes, corriqueiros, mas que são a minha vida, que produziram sensações, experiências e me formam a cada instante.

E da mesma forma que procuro uma memória assim, também me surpreendo com quem a tem com tanta facilidade ou disciplina. O meu marido, Ruy, é dono de uma memória invejável, um dom quase nato que ele desenvolve, abastece com o dia-a-dia e que encanta a muitos com dados e testemunhos quase cinematográficos de vários momentos. Outra pessoa não menos querida e dona de uma memória magnífica é Dr. Roberto Cavalcanti que também com grande talento e uma disciplina espartana o faz registrar nas famosas agendas, tudo que participa e divide com quem convive.Mas, você deve estar achando que esse artigo é apenas sobre elogios à memória e poderia ser, entretanto, é esse mecanismo magnífico que a natureza nos proporciona que nos dá a mais autêntica e, ao meu ver, sublime sensação de ser humano: a gratidão.

Como lembraríamos de gestos pequenos, ínfimos até aqueles mais grandiosos se não fosse a memória? Seria impossível. Porém, essa importante ferramenta cerebral precisa ser regada, arrumada, precisa ter algumas vezes o pó retirado porque algumas coisinhas ficam no alto das estantes, lá atrás.Depois dessas horas de faxina e lembranças, muitas vezes nos emocionamos com o que estava ali bem na nossa mente. São pessoas que passaram conosco alguns instantes, outras uma vida inteira, algumas que preferíamos esquecer, mas que em comum têm uma coisa valiosa: nos ensinaram algo para seguir ou  para nunca fazer e, a essas pessoas, seremos sempre gratos.

Muitas vezes quando eu pensava em memória e gratidão, sempre me vinha uma ideia de enorme emoção reprimida, mas há alguns anos ouvi uma frase do psicanalista Alberto Py em que ele dizia: “O passado deve ser visitado com a razão e não com a emoção.” E é, realmente, assim que conseguimos relembrar, remexer o passado para entender o presente e criar nosso futuro. Com a razão nunca esqueceremos de tudo e de todos que nos trouxeram até aqui, com a razão seremos sempre gratos e cada vez mais seres humanos, exercitando a memória e colecionando experiências.

*Reprodução do Jornal Correio da Paraíba.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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