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VIDA CURTA

Estudo projeta que 42 mil adolescentes serão vítimas de homicídios em sete anos

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publicado em 28/01/2015 às 14h55

Cerca de 42 mil jovens de 12 a 18 anos deverão ser assassinados entre 2013 e 2019 nas cidades brasileiras com mais de 100 mil habitantes, de acordo com o IHA (Índice de Homicídios na Adolescência) divulgado nesta quarta-feira (28).

Em outras palavras, para cada grupo de mil pessoas com 12 anos completos em 2012, 3,32 correm o risco de serem assassinadas antes de atingirem os 19 anos de idade. A taxa representa um aumento de 17% em relação a 2011, quando o IHA chegou a 2,84.

O IHA integra o PRVL (Programa de Redução da Violência Letal), criado em 2007 por meio de uma ação conjunta entre a SDH/PR (Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República), o Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) e o Observatório de Favelas, em parceria com o LAV-UERJ (Laboratório de Análise da Violência).

O relatório indica que, conforme os dados do SIM (Sistema de Informações sobre Mortalidade), 7.592 adolescentes com idade entre 12 e 18 anos foram vítimas de morte por agressão em 2012.

Considerando as mortes de adolescentes e a população em geral no intervalo de 12 anos entre 2000 e 2012, os resultados indicam um abismo. Entre todos os jovens de 10 a 18 anos que morreram, 36,5% foram vítimas de agressão, enquanto o porcentual recua para 4,8% na população total.

Região do País –  O Nordeste tem a maior incidência de violência contra adolescentes, com um índice igual a 5,97 mortes a cada mil. Entre 2013 e 2019, nada menos que 16.180 jovens deverão morrer vítimas de homicídios nessa região.

A segunda posição pertence ao Centro-Oeste, o índice é de 3,74 mortes por mil — o que representará 3.575 óbitos de jovens até 2019. O Norte vem em terceiro lugar, com o indicador de 3,52 — ou 3.908 mortes de adolescentes.

O Sul deverá ter 2,44 mortes de jovens em decorrência da violência em cada mil entre 2013 e 2019 — 3.854 óbitos em números absolutos.

Por outro lado, o Sudeste possui o menor valor, com uma perda de 2,25 jovens em cada mil. Até 2019, porém, 14.323 adolescentes serão vítimas de agressões e vão morrer, segundo o estudo.

Cor da pele – O estudo indica ainda que a maior vulnerabilidade está na cor da pele. A chance de um adolescente negro ser assassinado é 2,96 vezes maior do que os brancos.

Quando se trata de um jovem negro do sexo masculino, o risco é 11,92 vezes maior ao das mulheres negras, sendo a arma de fogo o principal meio utilizado nos assassinatos de jovens brasileiros.

O IHA levou em conta informações de 288 cidades brasileiras com mais de 100 mil habitantes. O levantamento tem como base os dados dos Censos 2000 e 2010, do IBGE, e do Sistema de Informações sobre Mortalidade, do Ministério da Saúde.

R7

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