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POLÊMICA

Secretário de Dilma ataca evangélicos e causa revolta

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publicado em 16/02/2012 às 09h02

O ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência da República, foi obrigado a pedir desculpas aos parlamentares evangélicos após declarações polêmicas no Fórum Social Temático, realizado no fim de janeiro em Porto Alegre (RS). No evento, tradicional encontro de movimentos sociais de todo o mundo, o ministro disse que o governo precisava confrontar a influência das igrejas evangélicas sobre parte da população do país, especialmente os milhões de brasileiros que ingressaram na classe média nos últimos anos.

Ele teria proposto a criação de uma rede alternativa de comunicação para compor essa frente. Os ataques causaram revolta entre os parlamentares evangélicos do Congresso, que mesmo depois das retratações de Carvalho, não ficaram convencidos. Ao sugerir um confronto ideológico contra os evangélicos, Carvalho revoltou parlamentares, que reagiram. Ele foi obrigado a fazer um pedido de desculpas formal em que disse ter sido mal interpretado.

Hoje, em entrevista coletiva, Carvalho afirmou que suas afirmações foram divulgadas na internet de forma distorcida e equivocada. Ele negou qualquer intenção de atacar os evangélicos.

– De maneira alguma ataquei os companheiros evangélicos. Quem conhece a minha trajetória sabe do carinho que eu tenho, do reconhecimento que eu tenho ao trabalho das igrejas evangélicas no país. O que eu fiz lá foi uma constatação política. Quem tem presença na periferia do Brasil, quem fala para as classes, sobretudo [as classes] C, D e E, são as igrejas evangélicas e, portanto, essa presença tem que ser reconhecida, é real e efetiva.

O ministro ressaltou que seu verdadeiro objetivo era “reconhecer a importância” dos evangélicos. Ele disse ainda que defende “uma parceria do governo com as igrejas evangélicas, que efetivamente contribuem para a reconstituição de pessoas e famílias, desenvolvendo trabalhos sociais”.

Para esclarecer o ocorrido, Carvalho se reuniu nesta quarta-feira (15), na Câmara dos Deputados, com a bancada evangélica no Congresso Nacional. De acordo com o senador Magno Malta (PR-ES), o ministro pediu perdão pelas afirmações. Malta foi dos mais revoltados e chegou a sugerir no plenário para Carvalho “lavar sua boca suja com álcool”.

– Ele pediu perdão, ninguém pede perdão sem reconhecer o erro. O perdão é feito para ser dado. Mas uma coisa é o perdão que é dado com o coração, agora o episódio não dá para esquecer.


R7

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