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Mais mulheres são chefes de família; jovens optam por ser mãe mais tarde

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publicado em 31/10/2014 às 17h39

Os dados de gênero divulgados nesta sexta-feira (31) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que as brasileiras estão tendo filhos mais tarde e se tornando chefes de família em mais domicílios do país. A análise engloba uma década e compara dados dos censos de 2000 e 2010. Nesse período, a proporção de brasileiras com ao menos um filho diminuiu em todas as faixas etárias mais jovens (veja gráfico ao lado). Esse seria um dos reflexos do aumento da escolarização delas, que passaram a postergar a maternidade para continuar os estudos.

Em 2000, as mulheres comandavam 24,9% dos 44,8 milhões de domicílios particulares. Em 2010, essa proporção cresceu para 38,7% dos 57,3 milhões de domicílios – um aumento de 13,7 pontos percentuais. O IBGE considera como responsável aquela pessoa reconhecida como tal pelo demais moradores do domicílio.
Quando analisados os dados das áreas rural e urbana, verifica-se que, no campo, ainda é mais comum o homem ser o chefe da família. Nas cidades, elas são as responsáveis em 39,3% das famílias, enquanto que na área rural essa proporção é de 24,8%.

Ao analisar o tipo de composição familiar, as mulheres aparecem como chefes de 87,4% das famílias de pessoas sem cônjuge e com filhos. Essa proporção diminui consideravelmente quando a formação é casal com filho (22,7%) ou casal sem filho (23,8%). (veja gráfico abaixo)

Trabalho

O estudo mostrou ainda que houve um crescimento maior da taxa de atividade entre as mulheres do que entre os homens no período. A taxa de atividade mostra a proporção da população em idade ativa (16 anos ou mais) que se encontra trabalhando ou procurando trabalho. "É um movimento que começou na década de 70, com as mulheres se inserindo mais no mercado de trabalho", afirma Barbara Cobo, gerente de indicadores sociais do IBGE e coordenadora da pesquisa.

No geral, a taxa se manteve estável: em torno de 64%. No entanto, enquanto a taxa de atividade dos homens caiu de 79,7% em 2000 para 75,7% em 2010, a das mulheres aumentou de 50,1% para 54,6%.

A faixa etária das mulheres que teve um aumento mais expressivo na taxa de atividade foi de 50 a 59 anos – de 39% em 2000 para 50,2% em 2010. Já o maior recuo entre os homens ocorreu na faixa etária de 16 a 29 anos (81% em 2000 contra 74,6% em 2010).

Apesar de os números mostrarem mais mulheres trabalhando, elas ainda enfrentam condições de informalidade. Em todos os grupos de idade ou raça, a taxa de formalização das mulheres teve um crescimento menor que a dos homens e ficou abaixo da taxa nacional de 2010.

O diferencial entre os sexos passou de 3,8 pontos percentuais em 2000 para 6,7 pontos percentuais em 2010. Em 2000, a taxa de formalização deles era de 50%, e delas, 51,3%. Em 2010, a taxa dos homens alcançou 59,2%, enquanto a das mulheres ficou em 57,9%.

"A taxa de formalização mostra as pessoas que de alguma forma contribuem para a previdência e possuem garantias para que a renda não vá a zero se acontece algo. Ela significa empregos de qualidade", explica Barbara.

G1

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