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Jornalista desde 2007 pela UFPB. Filho de Marizópolis, Sertão da Paraíba. Colunista, apresentador de rádio e TV. Contato com a Coluna: [email protected]

Carniça e tapurus

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publicado em 21/02/2012 às 10h37

Em Campina Grande, onde atravesso o feriado de carnaval para velar mais de perto o leito de minha avó-mãe, dona Nuita, interna na UTI do Trauma, ouço no som do carro, pelas ondas da Caturité AM, lúcida entrevista do presidente da Frente Parlamentar de Combate à Corrupção, Francisco Praciano (PT-AM).

Nem a concentração no trânsito me tirou a clareza do alerta emitido pelo republicano parlamentar. A vitória no STF não exime o eleitor de apertar o rigor na hora do voto e da escolha de seus representantes em outubro próximo.

Praciano tem toda a razão. Se a sociedade relaxar, o importante mecanismo de depuração política cederá lugar às artimanhas dos “ficha sujas”, condenados ou em vias de darem adeus ao processo político brasileiro. Eles nunca dão o braço a torcer. E encontrarão suas fórmulas de manter domínio e perpetuação à custa de terceiros.

No desespero, fingirão sair de cena e lançarão à platéia afilhados, parentes ou “sócios”. Apadrinhados que estarão legalmente aptos, embora completamente sujos, apodrecidos desde o nascedouro e atolados no jogo fétido de quem faz tudo pelo poder.

Caberá, portanto, ao digno e compromissado votante fazer sua própria desinfecção. É a forma de expurgar ao mesmo tempo a carniça e seus tapurus, abrindo espaço não apenas para quem tem a ficha, mas, sobretudo, o propósito limpo.

Estratégia –
Escritórios de advocacia se preparam para iludir e estimular “fichas sujas” a não esmorecer. Bom negócio para o mercado, poucas e remotíssimas chances à clientela.

Em polvorosa –
Aves de rapina que preparavam vôo da reeleição ou da volta começam a refazer planos. Acordo até com adversários e lançamento de “laranjas” integram o script de salvação.

Aberta temporada do vale-tudo pelo passaporte –
Dezenas de prefeitos condenados e autores de recursos modificantes ao Tribunal de Justiça apostam nos lobbies e jogo de cintura de arrematados advogados. É a última cartada capaz de “sensibilizar” a Corte a recuar de sentenças que anulam a presença dos políticos “fichados” no calendário eleitoral deste ano. A Coluna está atenta.

Cenários indefinidos –
Radares instalados pelo núcleo central do governo identificam como ‘emboladas’ as disputas eleitorais nas cidades do entorno da região metropolitana de João Pessoa. Ainda não há clareza dos cenários e por conseqüência das alianças a serem firmadas.

Luto em Sousa –
Familiares, amigos e correligionários se juntaram em Sousa para o sepultamento de dona Alenice, mãe do deputado e líder da oposição, André Gadelha (PMDB). Para o peemedebista, uma perda pessoal que se soma à morte do pai, Maximino Pinto Gadelha.

Cantoria antecipada –
Vocalistas que cantaram no Carnaval de Cajazeiras capricharam nos graves em provocação ao ex-prefeito Carlos Antônio. “Carlos Rafael, prefeito moral. E ficha limpa”.

Na bronca –
Por recomendação do Corpo de Bombeiros, camarotes da festa cajazeirense foram evacuados. Empresários que pagaram alto saíram insatisfeitos com a situação. E com razão.

Estilo –
Em companhia do filho, Caio, na folia de Cajazeiras, o deputado federal Wellington Roberto (PR) desistiu de lutar contra o tempo e assumiu de uma vez os cabelos grisalhos.

Esforço –
Notícia nas principais atrações jornalísticas do domingo, a tragédia de Queimadas pelo menos mostrou ao país que nossa Polícia faz o milagre de ser eficiente, mesmo sem estrutura.

Prioridade –
Já está nas mãos do presidente do PSB, Edvaldo Rosas, seleta lista dos municípios que o partido concentrará maior empenho político e fôlego para eleger aliados em outubro próximo.

Referendo –
Pesou no movimento Cult artigo e testemunho do imortal Carlos Aranha em favor de Nonato Bandeira (PPS), traduzido como figura engajada com a valorização da produção local.

Na pisada –
Estelizabel Bezerra (PSB) ganhou estímulo e incentivo do mesmo segmento, que externou manifesto à socialista com extensa lista de ativistas e construtores da cena cultural.

Bota fogo –
O vereador Zezinho do Botafogo (PSB) de besta não tem nada. Ágil, já montou sua torcida organizada. Acompanha Estelizabel em todas as aparições da pré-candidata do PSB.

Agenda cheia –
Para chegar a tempo no Galo da Madrugada, o governador em exercício Rômulo Gouveia (PSD) pegou um helicóptero no Castro Pinto e desembarcou no Aeroporto dos Guararapes.

Na sombra –
O advogado Delosmar Mendonça, virtual candidato a presidente da OAB, recorreu à sua vivenda na Praia de Pitimbu, litoral sul, onde descansou e refletiu sobre o convite dos colegas.

PINGO QUENTE – “A lista do Tribunal está desatualizada”. Do ex-presidente da Câmara de Fagundes, José Pedro da Silva (PSB), jurando não ter contas rejeitadas e que sua ficha brilha igual ao piso do TCE.

*Reprodução do Jornal Correio da Paraíba

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