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Jornalista desde 2007 pela UFPB. Filho de Marizópolis, Sertão da Paraíba. Colunista, apresentador de rádio e TV. Contato com a Coluna: [email protected]

O verbo de Agra

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publicado em 22/02/2012 às 10h14

“A palavra é um ser vivo”, conceituou o ensaísta Victor Hugo. Tão vivo que às vezes o bicho homem foge dela ou a calcula. Se repararmos bem, desde que deixou o epicentro da sucessão municipal, o prefeito Luciano Agra tem evitado verbalizar expressamente seu entendimento sobre as candidaturas postas na base governista.

Expoente do PSB, partido que detém a primazia do processo eleitoral na Capital, Agra, em que pese participar de eventos pró-Estelizabel, economiza nas palavras. Seja por ainda não ter assimilado o processo de substituição, seja tão somente para evitar melindres contra a postulação de Nonato Bandeira, agente influente dos girassóis.

O fato é que quem se filiou ao Clube dos Admiradores de Agra – considerável fatia do eleitorado pessoense aderiu ao jeito Luciano de governar – ainda não ouviu, sentiu ou identificou, de verdade, pra que lado o coração do prefeito bate. O excesso de disciplina, virtude número um do discreto e técnico gestor, deve ser o freio do seu ímpeto.

“O que quer, o que pode está língua”? Perguntaria fundo a canção do tropicalista Caetano Veloso, numa indagação que deve provocar e coçar a vocalização de Agra nos seus momentos de íntima e solitária reflexão sobre a eleição que se delineia. Mas quem sabe se o comedimento verbal de Agra não está deliberada e prudentemente alicerçado nos sábios versos do apóstolo Mateus: “A boca fala daquilo que o coração está cheio”.

Pra frente…
Apesar de agristas ainda manterem a chama acesa, não passa pelos planos do governador Ricardo, general do exército girassol, o regresso da candidatura do prefeito.

…É que se anda
Aliás, o inesperado movimento Volta Agra, orquestrado diligentemente nos bastidores, foi o estopim que impulsionou celeridade e a antecipação do lançamento de Estelizabel.

Inertes, vazios e vendo a banda passar –
Impressiona como os candidatos da oposição em João Pessoa assistem a banda passar e remetem a sensação de que já se acham eleitos por W.O. Não há um deles sequer preocupado em realizar debate, seminário, ou coisa que o valha com o objetivo de discutir os problemas e colher sugestões para os famosos “planos de governo”.

Prudência e caldo de galinha não fazem mal… -Maranhão, com seu excesso de sinceridade, disse outro dia no Correio Debate (rádio) que a ausência do cargo de prefeito no seu currículo lhe move a disputar a Prefeitura. Já Cícero se comporta tal qual Zé Serra na eleição contra Dilma; eleito antecipadamente.

Um exemplo a ser mirado –
Quem não lembra. Um ano antes da eleição de 2010, Ricardo Coutinho, com prognósticos de derrota, estimulava eventos de adesões partidárias, realizava encontrões e criava suspense em torno da escolha de seu vice. No final das contas, deu no que deu.

Sobrenatural –
Em Sousa, no velório da mãe do deputado André Gadelha (PMDB), Wilson Santiago professou confiança de voltar ao Senado por Força da Ficha Limpa e dos seus embargos no STF.

Enterro –
Cassistas ortodoxos não resistiram à otimista profecia do ex-senador e trataram de jogar tintas jocosas. Perguntaram maliciosamente à Coluna onde Santiago estava na hora da declaração.

Oração –
O jornalista Nonato Bandeira, pré-candidato do PPS na Capital, assistiu nessa segunda à noite culto da Igreja Assembléia de Deus, em Jaguaribe. Saiu com muito mais fé do que entrou.

Religiosamente –
À jornalista Eliane Nóbrega, o arcebispo da Paraíba, dom Aldo Pagotto, revelou que não abre mão de logo cedo tomar seu chimarrão. Só depois inicia suas atividades episcopais.

Ato final –
Dom Jaime Vieira Rocha realizou ontem sua última celebração eucarística na Diocese de Campina Grande, no encerramento do 15º Crescer, antes de assumir a Arquidiocese de Natal.

Pra ver melhor –
O ex-superintendente da Emlur, Coriolano Coutinho, influente pétala do Girassol, realizou recentemente uma cirurgia nos olhos. ‘Cori’ deve ocupar função chave na campanha.

Retiro –
Bem longe do front da mídia, o ministro Aguinaldo Ribeiro (PP) mergulhou em descanso na sua casa de praia em Camboinha, depois de gastar uma nota na reforma do imóvel.

Mosqueteiros –
Atendem pelo nome de Dinaldo, Hermes e Márcia os principais escudeiros que assessoram o vigiado e bombardeado Aguinaldinho em Brasília. Trio da confiança do ministro.

Despertar –
O ex-deputado Enivaldo Ribeiro intensificou ultimamente um hábito costumeiro. Deixa a granja e vai tomar café na sua Rádio Cariri AM, folheando as páginas do Correio da Paraíba.

Sem água –
Enquanto Dilma anuncia a retomada da Transposição, cidades paraibanas começam sofrer a falta do programa do carro-pipa. A preocupação é do deputado Romero Rodrigues (PSDB).

PINGO QUENTE – “Não tenho mais como retroceder”. Do ex-governador José Maranhão (PMDB) sobre sua pré-candidatura à Prefeitura de João Pessoa, em declaração ao repórter Pereira Júnior (Sousa).

*Reprodução do Jornal Correio da Paraíba

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