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Jornalista desde 2007 pela UFPB. Filho de Marizópolis, Sertão da Paraíba. Colunista, apresentador de rádio e TV. Contato com a Coluna: [email protected]

A natureza das coisas

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publicado em 04/03/2012 às 16h30

Quando disse no finalzinho de 2011 que o secretário Nonato Bandeira exibiu desempenho acima da média, o fiz por enxergar no “primeiro-ministro” do governo uma peça polivalente, atuante em várias frentes, desprovido da afetação do cargo e focado mais nos resultados e menos nos holofotes. Fundamental à sombra de Ricardo, dizia eu.

Àquela altura, não havia nada de concreto e a desistência de Agra não passava de torcida da oposição. Hoje, com novo tabuleiro em curso, o discreto Nonato surge concretamente, ao lado ou paralelamente a Estelizabel, como nome posto no quadro de opções do governador Ricardo, a quem cabe o direcionamento solar dos girassóis.

Ao se permitir alternativa no Pós-Agra, Bandeira encetou auto-metamorfose despercebida por muitos, talvez até por ele próprio. Tido e retratado, inclusive por esta Coluna, como auxiliar qualificado, mas, até então, somente uma sombra essencial ao chefe, por força da conjuntura e do seu mérito Nonato saiu, finalmente, do ‘casulo’.

Pra mim, o efeito mais imediato e significativo da postulação do porta-voz e confidente de Ricardo. Em qualquer desfecho, manutenção ou desistência, Bandeira já conquistou o que faltava ao seu currículo público: penugem política própria, analogia às primeiras penas que nascem nas aves e nunca mais desaparecem completamente.

Camaleão –
Apesar da desculpa de que muitos vereadores tinham outras agendas, o vazio da reunião com a Semob para discutir o decreto das multas é nítido sinal: tem gente ‘amarelando’.

Desidratação –
A verdade é que parte da bancada andou amofinando após a desistência de Luciano Agra. A maioria aproveitava as fragilidades do prefeito para botar a faca no pescoço.

A crise existe e é aguda –
Apesar do senador Vital do Rego fazer contorcionismo para negar o óbvio, deputado paraibano do PMDB, em contato com a Coluna, revelou crescente insatisfação do partido com o Palácio do Planalto. Fora a ausência dos espaços almejados, o governo do PT cortou na parte mais frágil dos parlamentares: a liberação das emendas.

Preenchendo o tempo –
Sem mandato, o ex-senador Wilson Santiago (PMDB) diz estar longe do ócio. Avalia convite da Fundação Uysses Guimarães, mantém presença no Parlasul e ainda cuida de suas empresas em Brasília. “O que não falta é trabalho, está é faltando tempo”.

Meu pirão primeiro –
Estratégico da parte do ministro Aguinaldo Ribeiro a escolha de Campina Grande para sua primeira agenda na Paraíba, nesta segunda. Ele presta entrevista no aeroporto local e visita obras federais ao lado do prefeito Veneziano. E da irmã, Daniella, óbvio.

Preocupante –
De forma epidérmica, o deputado Romero Rodrigues (PSDB) viu com “preocupação” a nota 5,08 de Campina no IDSUS, índice que avalia o acesso da população ao SUS.

Pra começar –
Acionada pela Coluna, a secretária Tatiana Medeiros explicou, inicialmente, que o IDSUS é utilizado pelo Ministério da Saúde para auferir a qualidade do próprio SUS.

Essência –
“O Ministério não quer penalizar ninguém. Não é pra envergonhar ninguém, é pra nortear quem precisa de maior atenção e maiores investimentos”, pontuou Tatiana.

Na média –
“O resultado do país foi mediano. Nós estamos na média (5,08) da Paraíba e do Nordeste. Quem está na linha de frente, sabe da dificuldade da saúde”, ressaltou.

Contrataque –
Deixando o tecnicismo, a secretária mirou nos seus algozes. “Não adianta um cidadão ou uma cidadã querer tirar proveito de um índice que é para ajudar os governos”.

Neófito –
“É preocupante. Ele (Romero Rodrigues) não entende nada de saúde. É uma crítica pela crítica. Vai cair no descrédito. Quero ver o que ele fez. Ele tem história de mandatos…”.

Cobrança –
“… O que ele fez de concreto para auxiliar o cidadão campinense em relação à saúde e à educação de Campina? Falar sem conhecer nada, é cair no descrédito”, revidou Tatiana.

Na ordem do dia –
“O SUS tem deficiências muito graves”. Oração do arcebispo Dom Aldo Pagotto sobre Campanha da Fraternidade, para quem o movimento da Igreja é incentivo e cobrança.

Exportação –
É paraibano o atual chefe da Casa Civil do Governo de Alagoas e atende por Hebert Motta, experimentado pelo governador Teotônio Villela (PSDB) em outras pastas.

Bomba chiando  –
Quem achava que o rumoroso Caso AmBev era de arrepiar, pode se preparar para conhecer capítulo de outra novela que sairá dos bastidores e entrará na raia da Justiça.

PINGO QUENTE – “Eu não inventei a roda”. Da secretária Tatiana Medeiros (PMDB) dizendo que não pode ser cristianizada pelo sistema de saúde público do país.

*Reprodução do Jornal Correio da Paraíba

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